(Maxim Shemetov/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de abril de 2021 às 15h20.
Última atualização em 16 de abril de 2021 às 15h24.
A Rússia anunciou nesta sexta-feira, 16, que expulsará 10 diplomatas norte-americanos de Moscou, em retaliação à medida recíproca anunciada na quinta-feira pelos Estados Unidos. Em comunicado, o ministério das Relações Exteriores russo chama as sanções de Washington de "fúteis" e alerta que haverá "consequências desastrosas para aqueles que decidam por tais provocações".
Na nota, o governo russo acusa os EUA de não estarem dispostos a tolerar "a nova realidade em que não há espaço para ditames unilaterais" e classificou de "hipócritas" os pedidos da Casa Branca para evitar a escalada das tensões. "Agora é a hora de os EUA mostrarem prudência, abandonando seu curso de confronto", adverte.
A gestão do presidente Vladimir Putin reconhece que está em posição desvantajosa para impor sanções econômicas, mas assegura que poderá usar os recursos disponíveis, caso necessário.
Também decidiu banir a entrada no país de oito autoridades americanas que estariam envolvidas no desenvolvimento de uma política anti-Rússia nos EUA. Os nomes não foram divulgados.
O órgão máximo da diplomacia russa alega que as ações não são uma escolha do país e assegura estar pronto para um "dialogo calmo e profissional com o lado americano", com objetivo de "normalizar" as relações bilaterais. "No entanto, a realidade é que de Washington ouvimos uma coisa, mas na prática vemos algo completamente diferente. Não deveria haver dúvida - nenhuma onda de sanções ficará impune", salienta.
Nos últimos dias, o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, e países aliados têm intensificado a pressão contra o Kremlin, em meio ao aumento da presença militar russa na fronteira com a Ucrânia e uma série de ataques cibernéticos as quais os EUA dizem ter sido alvos.
O ministério das Relações Exteriores russo divulgou o nome de oito indivíduos americanos que ficarão proibidos de entrar no país por estarem supostamente envolvidos na implementação de um política anti-Rússia nos Estados Unidos. A lista inclui o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, e o diretor do FBI, Cristopher Wray.
Segundo comunicado, a decisão é uma resposta às sanções anunciadas pela Casa Branca e leva em consideração à "natureza sem precedentes das complicações provocadas por Washington nas relações russo-americanas".
Confira a lista de americanos proibidos de entrar na Rússia
1) Merrick Garland, procurador-geral;
2) Michael D. Carvajal, Diretor do Federal Bureau of Prisons;
3) Alejandro Mayorkas, secretário de segurança interna dos EUA;
4) Susan Rice, assessora do presidente Biden para política doméstica e ex-embaixadora na ONU;
5) Christopher Wray, diretor do FBI;
6) Avril Haines, diretora da Inteligência Nacional;
7) John Bolton, ex-assessor segurança nacional do ex-presidente Donald Trump;
8) Robert Woolsey, ex-diretor da CIA.