Civis observam casa destruída na região de Donetsk ((Photo by Genya SAVILOV / AFP))
Repórter colaborador
Publicado em 21 de agosto de 2024 às 08h13.
Ucrânia e Rússia não têm recursos militares para montar grandes ofensivas pelos próximos meses. Pelo menos foi isso que disse o Pentágono em novas avaliações que sugerem que os dois lados estão caminhando para um impasse, segundo reportagem da Bloomberg.
As avaliações concluem que a Ucrânia ainda não tem munições para igualar a capacidade da Rússia de artilharia diária - algo em torno de 100 mil tiros. Isso mesmo depois que o Congresso dos EUA desbloqueou nova ajuda militar em abril. As forças ucranianas continuam capazes de operações defensivas, mas não serão capazes de lançar contra-ofensivas em larga escala por pelo menos seis meses.
A Rússia, por outro lado, adotou uma estratégia de esgotar a Ucrânia e será capaz de manter uma zona-tampão capturada por suas tropas — mas não tem força suficiente "para ameaçar um avanço mais profundo em território controlado pela Ucrânia, como a cidade de Kharkiv", segundo análise do Pentágono.
O relatório cobre o período de três meses que terminou em 30 de junho após o Congresso dos EUA aprovar o último pacote de assistência de US$ 61 bilhões para a Ucrânia. Desde então, Kiev lançou uma incursão surpresa na região de Kursk, na Rússia, e começou a usar caças F-16 fornecidos pelos aliados.
A Ucrânia realizou um dos maiores ataques de drones contra Moscou nesta quarta-feira. O Ministério da Defesa da Rússia disse que destruiu 45 drones ucranianos durante a noite, dos quais 11 estavam sobre Moscou, segundo a CNBC.
"Esta é uma das maiores tentativas de atacar Moscou com drones de todos os tempos. Continuamos monitorando a situação”, disse o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, em uma publicação no Telegram, após avaliar que os ataques resultaram em “nenhum dano ou vítimas no local da queda dos destroços”. A Rússia não era atacada em seu próprio território desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Alguns dos drones foram neutralizados sobre Podolsk, uma cidade próxima ao sul de Moscou. Citando o órgão de vigilância da aviação russa Rosaviatsiya, a agência de notícias estatal Tass disse em um relatório que os aeroportos na região de Moscou retomaram as operações regulares após restrições terem sido brevemente introduzidas durante a noite.
A ofensiva ocorreu no momento em que o presidente russo Vladimir Putin realizou sua primeira viagem em 13 anos à Chechênia para inspecionar tropas locais e voluntários preparados para participar da guerra contra a Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022.