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Rússia e separatistas fecham cerco a Severodonetsk; Ucrânia pede mais armas

O Estado-Maior das forças separatistas de Donetsk indicou que "assumiu o controle total" de Liman, com o apoio das unidades militares da região separatista de Luhansk e das forças armadas de Moscou

IRPIN, UKRAINE - 2022/05/08: People walk past a house destroyed by Russian shelling in the city of Irpin, near the Ukrainian capital Kyiv. Russia invaded Ukraine on 24 February 2022, triggering the largest military attack in Europe since World War II. (Photo by Sergei Chuzavkov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images) (Sergei Chuzavkov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images/Getty Images)

IRPIN, UKRAINE - 2022/05/08: People walk past a house destroyed by Russian shelling in the city of Irpin, near the Ukrainian capital Kyiv. Russia invaded Ukraine on 24 February 2022, triggering the largest military attack in Europe since World War II. (Photo by Sergei Chuzavkov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images) (Sergei Chuzavkov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de maio de 2022 às 13h58.

O cerco à cidade de Severodonetsk, principal alvo da disputa militar no leste da Ucrânia neste momento da guerra, parece ter se fechado completamente nesta sexta-feira, 27, quando forças de separatistas pró-Rússia anunciaram ter tomado o centro da cidade de Liman, um importante centro ferroviário da região.

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O Estado-Maior das forças separatistas de Donetsk indicou que "assumiu o controle total" de Liman, com o apoio das unidades militares da região separatista de Luhansk e das forças armadas de Moscou, informou em uma publicação no Telegram.

Os combates de sexta-feira se concentraram em duas cidades-chave: Severodonetsk e Lisichansk, últimas áreas controladas pelos ucranianos em Luhansk. Pelo menos cinco civis foram mortos em 24 horas na região por bombardeios russos, de acordo com o governador Sergei Gaidai.

"Os russos bombardeiam constantemente áreas residenciais", denunciou Gaidai no Telegram, alertando para a possibilidade sofrer o mesmo destino que Mariupol, cidade que foi dizimada após semanas de cerco russo.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelensky, acusou a Rússia de cometer "genocídio" em Donbas em seu pronunciamento diário, na madrugada de quinta para sexta. "A atual ofensiva dos ocupantes no Donbass pode deixar a região inabitável", afirmou, acusando a Rússia de querer "reduzir a cinzas" várias cidades da região.

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Com a mudança de foco da ofensiva russa de Kiev e Kharkiv para a região industrial de Donbas, autoridades ucranianas renovaram seus apelos ao Ocidente por armamentos mais sofisticados, para resistir em uma área onde as autoridades dizem que cerca de 1.500 pessoas morreram desde o início da guerra.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, pediu "armas, armas e armas novamente", alertando que, sem uma nova remessa de armas estrangeiras, as forças ucranianas não seriam capazes de impedir o avanço da Rússia no leste.

Um alto funcionário do Pentágono afirmou à agência France-Presse que o governo americano acredita que as forças russas já tenham tomado a maior parte do nordeste de Severodonetsk, ressaltando que ainda há combates ativos.

Estimativas da administração civil e militar de Severodonetsk dão conta que entre 12.000 e 13.000 pessoas permanecem na cidade que tinha 100.000 habitantes antes da guerra. "Cerca de 60% do parque habitacional de Severodonetsk foi destruído. 85-90% dos prédios da cidade foram danificados e precisarão de uma grande restauração", afirmou o chefe da divisão, Alexander Striuk, à mídia ucraniana.

Apesar do foco no leste, a Rússia mantém sua campanha militar em todo o país. Sirenes de ataque aéreo voltaram a soar nesta sexta-feira em Kharkiv, um dia após, um bombardeio deixar nove mortos e 19 feridos, incluindo um bebê de cinco meses e seu pai. Em Dnipro, mais de 10 pessoas morreram e 30 ficaram feridas após um bombardeio em uma área militar da cidade.

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Conversa para paz

Em uma declaração pública nesta sexta-feira, o presidente Volodmir Zelensky afirmou que a Ucrânia precisa encarar a realidade de que uma conversa com presidente russo, Vladimir Putin, provavelmente será necessária para acabar com a guerra.

"Há coisas para discutir com o líder russo. Não estou dizendo que para mim nosso povo está ansioso para falar com ele, mas temos que enfrentar a realidade do que estamos vivendo", disse Zelensky em um pronunciamento a um think tank indonésio.

"O que queremos desta reunião... Queremos nossas vidas de volta... Queremos recuperar a vida de um país soberano dentro de seu próprio território", disse ele, acrescentando que a Rússia ainda não parece estar pronta para falar sobre paz. (Com agências internacionais).

(Estadão Conteúdo)

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