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Rússia e Japão começam a negociar o tratado de paz e ilhas Curilas

Os líderes se reúnem nesta terça-feira e devem tratar das ilhas Curilas, disputadas desde a Segunda Guerra Mundial

Japão -Rússia: a cúpula foi abalada quando Tóquio disse que seu objetivo continuava sendo recuperar as quatro ilhas (Sputnik/Alexei Druzhinin/Kremlin/Reuters)

Japão -Rússia: a cúpula foi abalada quando Tóquio disse que seu objetivo continuava sendo recuperar as quatro ilhas (Sputnik/Alexei Druzhinin/Kremlin/Reuters)

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EFE

Publicado em 22 de janeiro de 2019 às 13h09.

Última atualização em 28 de janeiro de 2019 às 09h49.

Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, começaram nesta terça-feira no Kremlin as negociações sobre a assinatura de um tratado de paz pendente desde a Segunda Guerra Mundial e a disputa territorial das ilhas Curilas.

Abe expressou no início do encontro seu desejo de abordar "como se deve" o assunto do tratado, mas não mencionou em nenhum momento as quatro ilhas Curilas do Sul, conhecidas como Territórios do Norte no Japão.

A cúpula é precedida pelas diferenças entre as partes sobre a resolução do litígio das quatro ilhas Curilas do Sul (Iturup, Shikotan, Habomai e Kunashir), reivindicadas por Tóquio e sob controle russo desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Putin propôs em setembro do ano passado assinar o tratado "sem condições prévias", após o qual ambos os líderes concordaram em impulsionar sua assinatura e criaram um mecanismo de consulta.

O marco das negociações deve ser a declaração soviético-japonesa de 1956 que contempla a assinatura de um tratado que substitua o armistício e a posterior entrega de duas ilhas (Habomai e Shikotan).

Os preparativos da cúpula foram abalados quando Tóquio deixou claro que seu objetivo continuava sendo recuperar as quatro ilhas Curilas do Sul e para isso se propunha a convencer a população local - cerca de 20 mil pessoas - a aceitar voluntariamente o domínio japonês.

Também irritou de certo modo o Kremlin o fato de o próprio Abe ter afirmado que os Estados Unidos deveriam se interessar pela recuperação da soberania das ilhas Curilas pelo Japão para conter a China, quando foi a presença militar americana que jogou por terra a declaração de 1956.

Os japoneses "complicaram o processo de negociação, com certeza", declarou no domingo Yuri Ushakov, assessor presidencial, à televisão russa.

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, pediu ontem que o Japão seja realista nas negociações, negou que Tóquio já tenha apresentado uma proposta e lembrou que nenhum dos dois países tem a intenção de renunciar a seus "interesses nacionais".

Nos últimos dias houve vários protestos na Rússia contra a possível cessão das ilhas Curilas a Tóquio, o último dos quais terminou hoje com 11 detidos durante um ato em frente à embaixada japonesa em Moscou.

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