Mundo

Rússia e Cuba vão fortalecer "parceria estratégica" em 2023

"Ambos os presidentes discutiram projetos conjuntos e mutuamente benéficos em energia e indústria", disse uma nota oficial do governo cubano

Putin durante discurso: país russo fortalecerá laços com Cuba (RIA Novosti Host Photo Agency/Alexander Vilf/Reuters)

Putin durante discurso: país russo fortalecerá laços com Cuba (RIA Novosti Host Photo Agency/Alexander Vilf/Reuters)

A

AFP

Publicado em 29 de dezembro de 2022 às 12h51.

Última atualização em 29 de dezembro de 2022 às 13h19.

Os presidentes de Rússia, Vladimir Putin, e Cuba, Miguel Díaz-Canel, fortalecerão sua "parceria estratégica" em 2023 — informou nesta quinta-feira, 29, um comunicado oficial cubano, após uma "fraterna" conversa por telefone entre ambos.

"Ambos os presidentes discutiram projetos conjuntos e mutuamente benéficos em energia e indústria. Da mesma forma, expressaram o desejo comum de continuar consolidando a associação estratégica entre os dois países", diz a nota publicada no jornal Granma.

Na conversa, que se deu na quarta-feira, 28, "analisamos os excelentes resultados da nossa recente visita à Rússia e ratificamos a vontade comum de aprofundar o diálogo político e os laços econômicos, comerciais, financeiros e de cooperação", informou Díaz-Canel em sua conta no Twitter.

O presidente cubano, que enfrenta a pior crise econômica da ilha em três décadas, esteve na Rússia de 19 a 22 de novembro. A viagem incluiu China, Argélia e Turquia e trouxe novidades. Segundo o Díaz-Canel, foram assinados acordos estáveis de fornecimento de petróleo com Rússia e Argélia, o que ajudaria a estabilizar o sistema elétrico nacional e a reanimar a economia.

De fato, após uma forte crise desde maio passado, com apagões prolongados e graves prejuízos para a indústria, a geração de energia elétrica alcançou estabilidade desde a segunda quinzena de dezembro, e os atuais cortes são poucos.

Esta semana, o Granma informou sobre a doação de 25 mil toneladas de trigo por parte do governo russo. Moscou "alocou mais de 800 milhões de rublos para o Ministério de Emergências para compra e entrega deste produto para Cuba", segundo o jornal oficial.

Em paralelo, Díaz-Canel recebeu em Havana, na quarta-feira, 28, o senador democrata americano Ron Wyden. O congressista é a favor da revogação do embargo e de outras medidas restritivas impostas por seu país à ilha.

Ambos os políticos falaram "do estado atual das relações bilaterais e do impacto do bloqueio de Washington sobre a população da ilha", de acordo com o site oficial Cubadebate.

"Recebi o senador americano @RonWyden, a quem ratifiquei a vontade de trabalhar em conjunto para melhorar as relações bilaterais em benefício dos nossos povos", tuitou Díaz-Canel, que disse ainda ter explicado "o impacto que as medidas extremas do governo dos Estados Unidos têm sobre a população cubana".

Em 2021, Wyden, junto com um grupo de congressistas democratas, apresentou um projeto de lei para acabar com o bloqueio imposto por Washington a Cuba, lembrou Cubadebate.

Quer receber os fatos mais relevantes do Brasil e do mundo direto no seu e-mail toda manhã? Clique aqui e cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

Acompanhe tudo sobre:CubaRússiaVladimir Putin

Mais de Mundo

Chanceler do Egito alerta para risco de 'guerra regional total'

Bolívia denuncia "atos de desestabilização" de Evo Morales para ONU e CIDH

Hezbollah anuncia 'nova fase', e declara 'guerra indefinida' a Israel

Netanyahu diz que só metade dos 101 reféns em Gaza está viva, segundo imprensa local