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Rússia diz ter provas de vínculos de autores de atentado com Ucrânia; Kiev nega participação

Ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico, mas autoridades russas insistem em suposto envolvimento do governo ucraniano

Vladimir Putin, presidente da Rússia (NATALIA KOLESNIKOVA/AFP)

Vladimir Putin, presidente da Rússia (NATALIA KOLESNIKOVA/AFP)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 28 de março de 2024 às 16h54.

Última atualização em 28 de março de 2024 às 17h04.

A Rússia afirmou nesta quinta-feira, 28, ter "provas" de que os autores do atentado em uma sala de shows perto de Moscou, que deixou 143 mortos, tinham "vínculos com nacionalistas ucranianos", o que os Estados Unidos classificaram como "propaganda absurda".

O ataque da noite de sexta-feira passada no Crocus City Hall foi reivindicado pela organização jihadista Estado Islâmico (EI), mas as autoridades russas insistem há vários dias em um suposto envolvimento da Ucrânia.

Kiev e seus aliados, em contrapartida, rejeitam qualquer relação com a matança e dizem que o Kremlin, em pleno conflito armado com a Ucrânia, busca culpar seu vizinho por motivos políticos.

O Comitê de Investigação da Rússia, responsável pelas principais investigações criminais no país, afirmou que possui novos elementos que respaldariam a pista ucraniana.

"O trabalho realizado com os terroristas detidos, a perícia nos dispositivos técnicos que levavam e a análise das transações financeiras permitiram obter provas de seus vínculos com os nacionalistas ucranianos", declarou no Telegram.

De acordo com este órgão, os quatro agressores receberam "importantes somas de dinheiro e criptomoedas provenientes da Ucrânia, que usaram para preparar o crime". Mas não publicaram nenhum documento ou elemento para corroborar suas alegações.

Os investigadores informaram também a prisão de um novo suspeito, a quem acusam de ter participado do financiamento do ataque.

Com essa pessoa, são 12 os detidos pelo ataque, incluindo os quatro supostos atiradores. Oito deles foram indiciados e colocados em prisão preventiva.

'Colocar a culpa'

A Casa Branca acusou a Rússia de querer disseminar uma "propaganda absurda" sobre o atentado, do qual o Estado Islâmico é o "único responsável".

"Meu tio costumava dizer [...] que os melhores vendedores de esterco muitas vezes carregam suas amostras na boca. Os funcionários russos parecem ser bastante bons vendedores de esterco", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, a jornalistas.

O atentado foi cometido na noite de 22 de março, antes de uma apresentação do grupo de rock russo Piknik, em uma das salas da casa de shows Crocus City Hall, em Krasnogorsk, subúrbio do noroeste de Moscou.

Os agressores abriram fogo no recinto com armas automáticas e depois incendiaram o edifício.

O atentado deixou pelo menos 143 mortos e 360 feridos, incluindo crianças, o mais letal dos últimos 20 anos na Rússia.

Segundo o presidente Vladimir Putin, os quatro agressores foram detidos no oblast (província) russo de Bryansk quando tentavam fugir para a Ucrânia.

O chefe do FSB, o serviço de segurança da Rússia, Alexander Bortnikov, assegurou que os serviços secretos ucraniano e dos países ocidentais haviam "facilitado" o atentado.

A Ucrânia nega categoricamente qualquer envolvimento e acusa Moscou de querer "colocar a culpa" em Kiev. Os Estados Unidos afirmaram que alertaram a Rússia em março sobre a possibilidade de um atentado terrorista contra grandes concentrações de pessoas em Moscou.

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