Vladimir Putin: governo russo alega que diálogo com EUA é o mais importante no momento (Mikhail KlimentyevTASS/Getty Images)
EFE
Publicado em 14 de dezembro de 2018 às 10h13.
Moscou- O Kremlin afirmou nesta sexta-feira que uma nova reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, é mais importante para a estabilidade e a segurança internacional que o regresso à Ucrânia dos três navios e 24 marinheiros aprisionados em novembro no mar Negro.
"Esperamos que os EUA cheguem a esta mesma conclusão", disse o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, na sua entrevista coletiva.
Em qualquer caso, o Kremlin quis deixar claro que a postura americana não influenciará no processo penal aberto contra os 24 marinheiros detidos.
"Certamente só a investigação pode influenciar no destino da tripulação ucraniana", que será julgada por cruzamento ilegal da fronteira russa.
A Ucrânia classifica esses marinheiros como presos políticos e sua detenção como um ato de agressão, ao assegurar que a captura dos navios aconteceu em águas internacionais do mar Negro depois que a Guarda Costeira russos lhes fechou a passagem pelo estreito de Kerch quando dirigiam-se para o mar de Azov.
A comunidade internacional condenou o incidente naval e pediu em uníssono a libertação dos tripulantes ucranianos.
O assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, antecipou ontem que a Casa Branca não tem intenção de programar uma nova reunião entre Trump e Putin, justamente pelas ações de Moscou no estreito de Kerch, que comunica o mar de Azov, partilhado pela Rússia e pela Ucrânia, com o mar Negro.
"Não vejo que se deem as circunstâncias em um futuro previsível para que essa reunião aconteça até que os navios e as tropas sejam liberados", considerou Bolton em declarações a jornalistas americanos.
Em novembro Trump cancelou o encontro com Putin planejado para durante a reunião do G20 na Argentina depois que a Rússia capturou os três navios ucranianos e suas tripulações no estreito de Kerch, em águas da península da Crimeia que a Rússia anexou em 2014. EFE