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Rússia diz que não há provas de sua ingerência na eleição dos EUA

"Sem uma só prova, como sabem, nos acusam de ingerência nas eleições, não sós dos Estados Unidos, mas também de Estados europeus", afirmou Lavrov

Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, em Moscou (Maxim Shemetov/Reuters)

Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, em Moscou (Maxim Shemetov/Reuters)

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EFE

Publicado em 31 de outubro de 2017 às 08h49.

Moscou - O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta terça-feira que não há provas da suposta ingerência russa nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

"Sem uma só prova, como sabem, nos acusam de ingerência nas eleições, não sós dos Estados Unidos, mas também de Estados europeus", afirmou Lavrov, em entrevista coletiva durante a reunião da Associação de Empresas Europeias.

O ministro reagiu assim às acusações judiciais nos EUA contra Paul Manafort, ex-chefe de campanha do agora presidente Donald Trump, e seu ex-sócio Rick Gates, dentro da investigação sobre a suposta ingerência russa.

"A fantasia não tem limites", continuou Lavrov, ao lembrar que "recentemente nos acusaram que Moscou estava decidindo que ministro nomear na África do Sul".

Ontem à noite, a porta-voz de Relações Exteriores russa, Maraa Zakharova, já havia tachado de "falsas" as acusações contra o ex-chefe de campanha de Trump, ressaltando que no documento de acusação o ex-presidente ucraniano Viktor Yushchenko é confundido com a ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko.

Manafort teve que deixar seu cargo em agosto de 2016 justamente após descobrir-se que tinha recebido US$ 12,7 milhões por assessorar o também ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich.

"Eu lhes explicarei porque são falsas. Gosto especialmente da parte onde, segundo os corpos de segurança dos EUA, o cargo de presidente da Ucrânia antes de Yanukovich era ocupado por Yulia Timoshenko", ironizou Zakharova.

Até a chegada ao poder de Víktor Yanukovich, cassado em 2014 após as revoltas do Maidan, a chefia do Estado ucraniano era exercida por Viktor Yushchenko (2005-2010), enquanto Timoshenko foi primeira-ministra do país entre 2007 e 2010.

Segundo Zakharova, "trata-se de um detalhe muito importante que demonstra como foi o relatório fabricado. Em uma investigação séria, estas coisas não passam".

Tanto Manafort como Gates estão sendo acusados de "conspiração contra os Estados Unidos", "lavagem de dinheiro" e "declarações falsas", como parte da investigação da suposta ingerência russa.

Em tal acusação não há nenhuma menção a uma suposta conspiração entre a equipe de Trump e a Rússia, mas as acusações estão relacionadas com os amplos laços financeiros que ambos tiveram com líderes pró-Rússia na Ucrânia.

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