Mundo

Rússia diz que apoia Exército da Síria e não Assad

Lavrov garantiu que a prioridade da Rússia na Síria é a "luta antiterrorista" e alertou sobre o vazio de poder caso o regime sírio seja derrubado


	Putin e Assad: "Não apoiamos Al Assad, mas a luta contra o terrorismo. No terreno, não há melhor força que o Exército sírio"
 (Alexei Druzhinin / Reuters)

Putin e Assad: "Não apoiamos Al Assad, mas a luta contra o terrorismo. No terreno, não há melhor força que o Exército sírio" (Alexei Druzhinin / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2016 às 12h18.

Viena - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta terça-feira que Moscou não apoia o presidente sírio, Bashar al Assad, mas sim ao Exército do país na luta contra o terrorismo.

"Não apoiamos Al Assad, mas a luta contra o terrorismo. No terreno, não há melhor força que o Exército sírio, apesar de todas suas debilidades", disse Lavrov em entrevista coletiva ao lado do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e do enviado especial da ONU para a Sìria, Staffan de Mistura.

"Não protegemos alguém de forma especial, mas um Estado soberano da ONU, cujo governo assim solicitou. Um Estado soberano e politicamente independente", destacou o chanceler russo.

Lavrov garantiu que a prioridade da Rússia na Síria é a "luta antiterrorista" e alertou sobre o vazio de poder caso o regime sírio seja derrubado pelos diferentes grupos que atuam no país.

"Ouvi alguns países-membros dizerem hoje que devemos escolher lutar contra o terrorismo ou apoiar o regime. Acredito que isso é um erro", criticou Lavrov após a reunião realizada pelo Grupo Internacional de Apoio à Síria, na qual participaram mais de 20 países.

Segundo o chefe da diplomacia russa, uma situação de caos na Síria beneficiaria organizações radicais como a Frente al Nusra, filial da Al-Qaeda no país, e o Estado Islâmico (EI), que aproveitariam o vazio de poder para se expandir.

"Quem vai controlar o território libertado?", questionou Lavrov.

O ministro russo alertou, além disso, sobre a situação humanitária na Síria e ressaltou que as "sanções unilaterais" estabelecidas pelas potências ocidentais contra Al Assad complicaram a situação dos moradores do país.

A cúpula do Grupo Internacional de Apoio à Síria de hoje terminou sem acordos concretos, mas serviu para reunir apoios para ampliar o atual cessar-fogo para outras partes do país.

Os países reunidos também não conseguiram fixar uma data para a próxima rodada de negociações de paz entre o regime sírio e os rebeldes em Genebra. No entanto, De Mistura tentará convocar o encontro antes do mês sagrado do Ramadã, que começa em 6 de junho.

O Grupo Internacional de Apoio à Síria determinou, porém, o estabelecimento de "pontes aéreas" caso as partes em confronto não permitam o acesso de ajuda humanitária por via terrestre.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBashar al-AssadEuropaPolíticosRússiaSíria

Mais de Mundo

México pede que EUA reconheçam que têm 'um problema grave de consumo de drogas'

Rússia considera 'inaceitável' plano europeu para força de paz na Ucrânia

Trump publica carta endereçada a Bolsonaro e volta a criticar processo no STF

Casa Branca responde Lula e diz que Trump não quer ser o 'imperador do mundo'