Moscou - A Rússia denunciou nesta quarta-feira execuções de civis supostamente cometidas pelas forças governamentais ucranianas na região de Donetsk durante os combates com os rebeldes.
"Trata-se de crimes de guerra, para os quais não há nem pode haver justificativa", declarou a chancelaria russa em um comunicado.
Moscou argumenta que de acordo com provas em seu poder foram cometidos "assassinatos a sangue frio de civis pelas forças ucranianas".
A chancelaria russa denunciou a existência de uma vala comum, encontrada pelos separatistas em uma mina a 60 quilômetros de Donetsk, supostamente "com civis".
"Dias antes de se achar a vala, este local foi abandonado por membros" do exército da Ucrânia, segundo o comunicado.
A chancelaria também denunciou a descoberta de uma "vala comum" com cadáveres com roupas civis.
"É evidente que esses indivíduos sofreram represália, como denota o fato de suas mãos estarem presas às costas, sinais de disparos na cabeça e a existência de cápsulas de projétil de calibre 9 milímetros", disse a nota.
Por isso, Moscou pede "uma investigação urgente, imparcial e objetiva" por parte da ONU, da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) e do Conselho da Europa.
Os separatistas pró-Rússia informaram ontem sobre a descoberta de uma vala comum em uma zona de Donetsk onde se encontrava até pouco antes posições da Guarda Nacional ucraniana.
"Até agora, encontramos quatro corpos, incluído o de uma mulher. Mas tudo indica que se trata de uma vala comum", disse um porta-voz do comitê de instrução da autoproclamada república popular de Donetsk à agência russa "Interfax".
Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, Andrei Lisenko, negou hoje a existência de tropas desta força na região, mas reconheceu que outras unidades estiveram na área.
Os separatistas estimaram ontem em quatro mil o número de milicianos e civis mortos nos últimos quatro meses nos combates com as forças governamentais ucranianas só na região de Donetsk.
Segundo a ONU, mais de três mil pessoas teriam morrido desde abril nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk, onde antes da explosão da sublevação armada contra Kiev viviam mais de 8 milhões de pessoas.
O comando militar ucraniano reconheceu quase mil de mortos em suas fileiras, vinte deles desde a declaração de cessar-fogo de 5 de setembro.
-
1. Velas e armas
zoom_out_map
1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
-
2. Pelo chão
zoom_out_map
2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
-
3. Memória saqueada
zoom_out_map
3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
-
4. Sem destino
zoom_out_map
4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
-
5. Caixa-preta
zoom_out_map
5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
-
6. Represália Europeia
zoom_out_map
6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
-
7. Maioria holandesa
zoom_out_map
7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
-
8. Domingo de homenagem
zoom_out_map
8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
-
9. Em busca da cura
zoom_out_map
9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
-
10. EUA diz que sabe
zoom_out_map
10/13 (gett)
Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
-
11. Artigo editado
zoom_out_map
11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
-
12. Duas tragédias no ano
zoom_out_map
12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
-
13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
zoom_out_map
13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)