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Rússia de Putin celebra os 70 anos da vitória de Stalingrado

Para a ocasião, a cidade de Volgogrado, ex-Stalingrado renomeada em 1961, está adornada com bandeiras e cartazes vermelho e amarelo em homenagem aos "vencedores


	Vladimir Putin: em pleno surto patriótico, as autoridades fizeram questão de comemorar o evento.
 (©AFP / Alexei Nikolsky)

Vladimir Putin: em pleno surto patriótico, as autoridades fizeram questão de comemorar o evento. (©AFP / Alexei Nikolsky)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2013 às 14h03.

Volgogrado - A Rússia comemora no sábado os 70 anos da vitória soviética na Batalha de Stalingrado, a primeira derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, glorificada pelos russos como o evento que salvou a Europa do nazismo.

Em pleno surto patriótico, as autoridades fizeram questão de comemorar o evento. Para a ocasião, a cidade de Volgogrado, ex-Stalingrado renomeada em 1961, está adornada com bandeiras e cartazes vermelho e amarelo em homenagem aos "vencedores". Uma reconstituição da batalha está prevista.

O presidente Vladimir Putin é esperado sábado na cidade para assistir um desfile, que contará com a participação de mais de 650 soldados nas cores do Exército Vermelho. Também estão previstas cerimônias em Moscou.

"A Batalha de Stalingrado é o símbolo mais marcante da Grande Guerra Patriótica (nome dado à Segunda Guerra Mundial na Rússia), a guerra ainda está viva na memória das pessoas que viveram e suas famílias", observa o historiador Vitali Dymarski.

Em 2 de fevereiro de 1943: as tropas do marechal alemão Friedrich von Paulus se renderam, cercadas pelo Exército Vermelho ao final de uma batalha feroz iniciada em julho de 1942, nesta mesma cidade, às margens do rio Volga, ponto de passagem estratégico para o Cáucaso e seus ricos recursos petrolíferos.

Esta rendição foi a primeira do Exército nazista desde o início da guerra e mudou o curso do conflito, tanto estrategicamente como psicologicamente na União Soviética, desmoralizada por derrotas dolorosas.


Mas esta batalha também foi uma das mais mortíferas da história: arrasada por bombardeios aéreos alemães, Stalingrado foi palco por mais de seis meses de combates nas ruas e de uma violência sem precedentes, opondo as tropas nazistas aos soldados soviéticos e civis, a quem Stalin ordenou pouco tempo antes: "Nem um passo atrás". Durante este período, os combatentes precisaram lutar contra outros inimigos, o inverno russo e a fome.

No total, a batalha causou até dois milhões de mortos, entre os dois campos, de acordo com números oficiais russos.

"Eles bombardearam continuamente de nove da manhã até às quatro horas da tarde. Duas vezes nosso bunker foi completamente soterrado após as explosões, mas conseguimos escavar e todo mundo ficou vivo", lembra Taïssia Postnova, de 93 anos. Estudante de medicina em Novosibirsk, na Sibéria, ela foi enviada ao front em setembro de 1942 e se viu mergulhada nos horrores da guerra.

"Os feridos chegavam constantemente. A metade dos soldados que nós cuidávamos voltava para o front", diz a senhora.

Com a escassez de alimento, ela comia apenas pão e tomava alguns goles de água. "Muitas vezes, aqueles que não podiam mais lutar iam até o Volga para buscar água, mas acabavam mortos pelas balas", relata.


No entanto, "não tínhamos medo. Tínhamos apenas uma ideia em mente: vencer (...) E muitas vezes aqueles que estavam à beira da morte diziam: 'eu morro pela Pátria, por Stalin". Se não tivesse havido Stalin, teríamos perdido a guerra", acredita Postnova.

Uma crença ainda compartilhada por muitos veteranos e russos nostálgicos da URSS, que há anos tentam fazer Volgogrado voltar a ser Stalingrado. Com a aproximação das celebrações, os comunistas pretendem transmitir a Vladimir Putin uma petição assinada por 35.000 pessoas.

No entanto, de acordo com uma pesquisa de outubro de 2012 do Instituto Levada, apenas 18% dos russos são a favor de voltar ao nome anterior, e 60% se opõem. O Kremlin tem sido cuidadoso até agora para resolver o problema.

"Patriotismo é uma base para as atuais autoridades, que preferem olhar para o passado", explica Vitali Dymarski.

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