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Rússia critica possível aliança do Brasil com Otan

De acordo com Moscou, a sugestão de Trump evidencia uma política encaminhada à formação de uma ordem mundial similar à existente no século passado

Bolsonaro e Trump: apoio americano à entrada do Brasil na Otan ocorreu durante encontro entre os presidentes, no dia 19 de março (Kevin Lamarque/Reuters)

Bolsonaro e Trump: apoio americano à entrada do Brasil na Otan ocorreu durante encontro entre os presidentes, no dia 19 de março (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 27 de março de 2019 às 08h18.

Última atualização em 27 de março de 2019 às 08h18.

Moscou — A Rússia criticou nesta quarta-feira, 27, as pretensões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de designar o Brasil como aliado estratégico fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ou possivelmente como aliado da Otan, ao afirmar que este tipo de declaração não favorece a distensão no atual ambiente de confronto.

"Este tipo de declaração não favorece a distensão do ambiente de confronto, o que repercute nos funcionamentos das organizações internacionais", disse o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Alexander Grushko, de acordo com a agência oficial "RIA Novosti".

De acordo com Moscou, a sugestão de Trump evidencia que segue viva a política encaminhada à formação de uma ordem mundial similar à existente no século passado.

Grushko disse que, segundo o Tratado do Atlântico Norte, a carta de fundação da Aliança, os países latino-americanos não podem ser admitidos na Otan. "Não está muito claro, se (o presidente americano) leu o Tratado de Washington, concretamente o artigo 10 sobre quais Estados podem fazer parte do bloco", especificou.

Tal artigo estabelece que "as partes podem, por acordo unânime, convidar a ingressar" na aliança "qualquer Estado europeu que esteja em condições de favorecer o desenvolvimento dos princípios do presente Tratado e de contribuir para a segurança da região do Atlântico Norte".

No último dia 19, Trump disse durante uma entrevista coletiva com seu colega brasileiro na Casa Branca que designaria "o Brasil como um aliado estratégico fora da Otan, ou talvez inclusive possivelmente um aliado na Otan". "Teria que falar com muita gente, mas talvez será um aliado na Otan", disse o presidente americano.

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