Charge de Charlie Hebdo faz sátira de acidente de avião russo (Charlie Hebdo/Reprodução)
EFE
Publicado em 29 de dezembro de 2016 às 08h54.
Última atualização em 29 de dezembro de 2016 às 08h55.
Moscou - Várias autoridades da Rússia fizeram fortes críticas nesta quinta-feira à caricatura publicada pela revista satírica francesa "Charlie Hebdo" por causa do acidente do avião militar russo que caiu no domingo no Mar Negro com 92 pessoas a bordo, sem que houvesse sobreviventes.
"A caricatura da 'Charlie Hebdo' está fora da lei e da moral humana. É extremismo que nada tem a ver com o jornalismo e a arte", disse a vice-presidente da Duma de Estado, a Câmara dos Deputados da Rússia, Irina Yarovaya.
A caricatura da polêmica publicação francesa apresenta o avião em plena queda e um cantor do grupo de música e dança Alexandrov do exército russo - que perdeu 64 de seus integrantes no acidente - entoando um grito "a-a-a-a-a", e com uma inscrição que diz: "o repertório do coral do Exército Vermelho se amplia".
"Se esta criação é uma expressão dos autênticos valores ocidentais, seus portadores e defensores estão condenados, pelo menos, a ficarem sozinhos no futuro", reagiu à caricatura o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov.
O Tu-154 militar russo caiu nas águas do Mar Negro instantes após decolar do aeroporto da cidade de Sochi, onde fez uma breve escala para reabastecer combustível.
A bordo da aeronave estavam 64 integrantes do grupo Alexandrov, nove jornalistas, oito militares, oito tripulantes, dois funcionários e a renomada médica Elizaveta Glinka, que presidia uma fundação humanitária.
Os artistas militares viajavam à Síria para participarem de uma apresentação de Ano Novo na base área de Khemeimim, em Latakia, no litoral do país árabe, onde a Rússia mantém um grupo de aviões de guerra.