Estação de compressão de petróleo e gás na Ucrânia: A Gazprom confirmou na quarta-feira o corte no abastecimento de gás para a Ucrânia (Sergey Bobok/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2015 às 18h06.
A Rússia confirmou nesta quarta-feira o corte imediato de suas entregas de gás à Ucrânia, no dia seguinte ao fracasso nas negociações no dia seguinte ao fracasso das negociações, em uma nova fase da guerra energética travada entre os dois países e acompanhada com preocupação pela UE.
Esta decisão ocorre depois da reunião tripartite entre russos, ucranianos e europeus, que terminou na terça-feira à noite em Viena sem acordo entre Moscou e Kiev sobre os preços do gás russo.
A Gazprom confirmou na quarta-feira o corte no abastecimento de gás para a Ucrânia, depois do anúncio na véspera por Kiev da suspensão de todas as compras de gás russo como resposta ao fracasso dessas negociações sobre os preços.
"A Ucrânia não pagou o gás para julho. A partir de dez da manhã de 1 de julho, o abastecimento de gás da Gazprom à Ucrânia será cortado. A Gazprom não entregará mais gás à Ucrânia -seja qual for seu preço- sem pagamento antecipado", declarou em comunicado o presidente da Gazprom, Alexei Miller.
Este corte não deve ameaçar as entregas de gás russo à União Europeia. Cerca de 15% do consumo de gás de países europeus transita pelo território ucraniano. A companhia pública ucraniana Naftogaz prometeu na terça-feira em um comunicado que seguirá garantindo a passagem de gás russo aos demais clientes europeus da UE.
"As entregas de gás para as necessidades da Ucrânia, esse é um tipo de acordo. A passagem de gás para a Europa, é outro tipo de acordo. A situação atual não afetará de forma alguma a passagem (de gás) para a Europa" confirmou à AFP um porta-voz da operadora ucraniana Ukrtransgaz.
Posições distantes
A Gazprom e a Naftogaz se confrontam desde que o governo de Kiev foi ocupado pelos pró-ocidentais, no início de 2014, e em um contexto de tensões com Moscou pelo conflito com o leste ucraniano, controlado por separatistas pró-russos.
A Rússia concedeu às antigas autoridades ucranianas simpáticas a Moscou reduções sobre o preço do gás, que foram anuladas com a chegada dos pró-ocidentais. Isso gerou um forte aumento das tarifas que Ucrânia se negou a pagar.
Um representante da Comissão Europeia que participou nas negociações reconheceu que as posições dos dois países estão ainda mais distantes, mas prometeu novas propostas para reativar as negociações.
Bruxelas quer que as negociações permitam um acordo "que cubra pelo menos o período de inverno (boreal) até o final de março", segundo uma fonte europeia.
A Ucrânia, muito dependente de seu vizinho russo no que se refere a seu abastecimento energético, conta cada vez mais com as entregas de gás pela Europa central, procedentes da Noruega.
A Gazprom considera que essas entregas são frequentemente ilegais porque podem ser de gás que originalmente vem da Rússia, e depois revendido à Ucrânia por outros países europeus.