Trump e Putin: relações entre Moscou e Washington atravessam um de seus piores momentos (Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin/Reuters)
AFP
Publicado em 13 de julho de 2018 às 19h03.
O Kremlin considerou nesta sexta-feira (13) o presidente americano, Donald Trump, um "parceiro", antes da cúpula com o presidente russo Vladimir Putin, prevista para segunda-feira em Helsinque.
"Consideramos Trump um parceiro com quem se pode negociar", disse o assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, em um encontro com jornalistas.
"O estado das relações bilaterais é muito ruim", disse Ushakov. "Temos que começar a melhorá-las".
As relações entre Moscou e Washington atravessam um de seus piores momentos desde o fim da Guerra Fria. As duas potências divergem sobre o conflito na Síria, a Ucrânia e as acusações de ingerência russa na eleição presidencial de 2016 nos EUA.
"O objetivo da reunião é começar a melhorar esta situação negativa nas relações bilaterais, convergirem sobre medidas concretas para melhorá-las e estabelecer um nível mais ou menos aceitável de confiança", disse Ushakov.
"Queremos que essas negociações contribuam para criar uma atmosfera que nos permita falar sobre como continuar com os contatos, inclusive com possíveis visitas a Moscou e a Washington", acrescentou.
Ushakov disse que os dois presidentes se reunirão sozinhos, somente com seus intérpretes. Depois eles terão um almoço de trabalho com toda a delegação.
"Estamos abertos a falar praticamente de todos os temas relativos às relações bilaterais à agenda internacional", acrescentou.
"Um dos principais temas será a situação na Síria, em particular no que se refere à presença militar iraniana no país".
A cúpula deve começar às 07H00 de Brasília e no diz respeito à parte russa, não há limite para terminar.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, e seu contraparte americano, Mike Pompeo, também terão seu primeiro encontro em Helsinque durante a cúpula.
Eles devem tratar do tema do confisco de bens diplomáticos russos nos Estados Unidos, assim como da expulsão de diplomatas russos no final de 2016, ordenada pelo ex-presidente Barack Obama, que acusava Moscou de ingerência nas eleições.
O Kremlin acrescentou que não está planejando um comunicado conjunto, mas os dois presidentes vão conceder uma entrevista coletiva após a cúpula.