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Rússia confia no reatamento do diálogo com UE em 2015

Embaixador russo espera se reunir em janeiro com a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, cuja nomeação foi muito bem recebida por Moscou


	Embaixador russo espera se reunir em janeiro com a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, cuja nomeação foi muito bem recebida por Moscou
 (Frederick Florin/AFP)

Embaixador russo espera se reunir em janeiro com a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, cuja nomeação foi muito bem recebida por Moscou (Frederick Florin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2014 às 09h50.

Moscou - A Rússia quer retomar o diálogo político com a União Europeia no início de 2015, e condenou as novas sanções contra a Crimeia, afirmou nesta sexta-feira Vladimir Chizhov, embaixador russo na UE.

"Acreditamos que o diálogo político funciona em todos os âmbitos, já que sentimos que na UE começam a compreender a falta de perspectiva da pressão sobre a Rússia", disse Chizhov.

Chizhov espera se reunir em janeiro com a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, cuja nomeação foi muito bem recebida por Moscou.

"Em primeiro lugar devo falar sobre o desenvolvimento de nosso diálogo político e o restabelecimento de todos os formatos (de diálogo), em particular, o conselho permanente em nível de ministros de Relações Exteriores", comentou.

A Rússia detectou "um crescente interesse nesses contatos diretos" e ressaltou a importância de entabular um diálogo entre a UE e a União Econômica Eurasiática (Rússia, Belarus, Cazaquistão e Armênia), que entrará em vigor em 1º de janeiro.

Para começar, antecipou que o vice-presidente da Comissão Europeia para a União Energética, Maros Sefcovic, visitará a Rússia em 14 de janeiro.

Mas ponderou que é prematuro falar de datas para uma cúpula UE-Rússia, e lembrou que foram os líderes europeus que não participaram da cúpula prevista em junho em Sochi, no Mar Negro.

Em paralelo, arremeteu contra as últimas sanções adotadas pela UE contra a Crimeia em matéria de investimentos, exportações e turismo, uma das principais fontes de receita da península, anexada pela Rússia em março após um referendo apoiado incondicionalmente por seus habitantes.

"As últimas sanções não são pessoais contra os dirigentes da Crimeia, mas sanções que, de fato, criam problemas para uma vida normal na península", disse.

Chizhov explicou que, entre outras coisas, as sanções proíbem o fornecimento de eletrodomésticos como máquinas de lavar pratos, frigoríficos e equipamentos de ar condicionado.

"O que é isso além de um ataque contra o bem-estar da população dessa parte do mundo que a UE considera parte da Ucrânia? Além do prejuízo, é uma bobagem", assegurou.

Para ele as decisões tomadas nos últimos tempos pela UE para a Rússia foram influenciadas pela pressão de um terceiro país, em clara alusão aos Estados Unidos.

Embora tenha ressaltado que os problemas entre Moscou e Bruxelas começaram muito antes da crise ucraniana, esta se transformou no "momento da verdade" para as relações entre eles.

E insistiu que a assinatura do Acordo de Associação entre Ucrânia e a UE somente aumentará o risco de crises econômicas no país vizinho, devido às obrigações adquiridas por Kiev para a implementação do documento.

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