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Rússia cessou no dia 1º bombardeios nas zonas de segurança sírias

Rússia, Irã e Turquia assinaram na quinta-feira no Cazaquistão um memorando sobre zonas de segurança na Síria com o objetivo de impor uma trégua no país

Guerra na Síria: zonas de segurança também serão terão postos de controle e centros de observação (Ammar Abdullah/Reuters)

Guerra na Síria: zonas de segurança também serão terão postos de controle e centros de observação (Ammar Abdullah/Reuters)

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AFP

Publicado em 5 de maio de 2017 às 14h40.

As forças armadas russas anunciaram nesta sexta-feira terem cessado totalmente seus bombardeios a partir de 1º de maio contra as futuras "zonas de segurança", que serão instauradas até o início de junho em várias regiões da Síria.

"Desde 1º de maio à meia-noite, a aviação do exército russo parou de operar nas zonas de distensão definidas pelo memorando" assinado na quinta-feira pela Rússia, Irã e Turquia, informou o general Sergei Rudskoi, membro do Estado-Maior, durante uma coletiva de imprensa.

Interrogado pela AFP, o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, confirmou que "desde o início do mês de maio, nenhum ataque realizado por aviões russos foi observado".

Rússia e Irã, aliados do regime sírio, e Turquia, que apoia os rebeldes, assinaram na quinta-feira em Astana, no Cazaquistão, um memorando sobre a instauração de zonas de segurança na Síria, com o objetivo de impor uma trégua duradoura em várias regiões.

Esses territórios, que devem ser delimitados pelos três países até 4 de junho por um período de seis meses com possibilidade de extensão, deverão contar com zonas de exclusão aérea, mas "com a condição de que não exista nenhuma atividade militar", segundo o governo russo.

As zonas também serão dotadas de postos de controle e centros de observação controlados conjuntamente pelas "forças dos países fiadores", e possivelmente "outras partes".

Neste sentido, o vice-ministro russo da Defesa, Dmitri Fomine, indicou nesta sexta-feira que a ideia de uma participação da Jordânia estava em discussão e que outros países poderiam ser envolvidos no projeto.

"As tropas do governo liberadas graças à criação dessas zonas serão redirigidas para continuar a ofensiva contra a organização Estado Islâmico (EI) no cenyto e leste da Síria e para a libertação das áreas localizadas ao longo do rio Eufrates", indicou o general Rudskoï.

Mais cedo, o governo russo afirmou que os aviões da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos não poderão operar nas zonas de segurança na Síria.

"As operações da aviação nas zonas de segurança, em particular as das forças da coalizão internacional, não estão em absoluto previstas. Com ou sem advertências prévias. O assunto está encerrado", declarou o enviado especial do presidente russo Vladimir Putin para a Síria, Alexander Lavrentiev.

"As únicas operações realizadas por aviões da coalizão poderão ser as executadas contra alvos do Estado Islâmico"), completou, de acordo com a agência Ria Novosti.

A luta contra as "organizações terroristas", como o grupo EI e a Frente Fateh al-Sham, ex-braço da Al-Qaeda na Síria, prosseguirá, apesar da eventual adoção destas zonas.

O governo dos Estados Unidos saudou com muita prudência na quinta-feira o acordo e afirmou em um comunicado "apoiar qualquer esforço que possa reduzir realmente a violência na Síria".

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