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Rússia bombardeia capital da Ucrânia antes de cúpula do G7 na Alemanha

Quatro explosões foram registradas pela manhã em Kiev e atingiram complexo residencial perto do centro

Socorrista em uma fábrica em Kostyantynivka, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia (AFP/AFP)

Socorrista em uma fábrica em Kostyantynivka, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 26 de junho de 2022 às 09h35.

A Rússia bombardeou um bairro residencial em Kiev, capital da Ucrânia, neste domingo (26), horas antes do início da cúpula do G7 na Alemanha, onde será discutida a devastadora ofensiva russa para tomar a região do Donbass, no leste da Ucrânia. 

Quatro explosões foram registradas por volta das 06h30 (00h30 em Brasília) em Kiev e atingiram um complexo residencial perto do centro, causando um grande incêndio, segundo jornalistas da AFP presentes no local.

Pelo menos duas pessoas foram hospitalizadas, disse o prefeito da capital, Vitaly Klitschko, no Telegram, especificando que havia pessoas "sob os escombros", o que poderia agravar o número de vítimas.

A capital ucraniana não registra ataques russos desde o início de junho e os de domingo ocorrem antes do início da cúpula do G7 no sul da Alemanha e alguns dias antes da cúpula da Otan em Madri, na próxima semana.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, descreveu os novos bombardeios russos em Kiev como uma "barbárie" durante a cúpula do G7.

"É mais uma barbárie dele", respondeu Biden a jornalistas que lhe perguntaram sobre os ataques russos a um bairro residencial de Kiev, durante a cúpula que acontece aos pés dos Alpes, na região alemã da Baviera.

Trata-se de "intimidar os ucranianos (...) dada a proximidade da cúpula da Otan", disse Klitschko após as explosões. Na cúpula do G7, os líderes das sete principais nações industrializadas - Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos - buscarão, entre outros, fortalecer o apoio à Ucrânia.

O Reino Unido, que anunciou ajuda adicional que pode chegar a US$ 525 milhões, alertou no sábado contra qualquer "fadiga" no apoio a Kiev, o que poderia favorecer o líder russo Vladimir Putin.

O Reino Unido, juntamente com os Estados Unidos, Canadá e Japão, também proibirá a importação de ouro russo como parte das novas sanções impostas a Moscou pela invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse no sábado que participará por videoconferência da cúpula do G7 diante de um conflito que está entrando em seu quinto mês e corre o risco de se prolongar. Zelensky, que considera as sanções "insuficientes", solicitará novas entregas de armas pesadas e sistemas de defesa antiaérea para neutralizar o avanço russo.

"Este é um passo na guerra, moralmente difícil, emocionalmente difícil (...) Não é só a destruição das nossas infraestruturas, é também a pressão cínica e calculada sobre as emoções da população", lamentou.

No sábado, os militares relataram um "ataque russo maciço... com mais de 50 mísseis de vários tipos lançados do ar, mar e terra" na noite anterior vindos de Belarus. O corpo armado enfatizou que o X-22, Onyx e Iskander eram "extremamente difíceis" de interceptar com dispositivos ucranianos.

Putin, por sua vez, anunciou que seu país entregaria mísseis capazes de transportar ogivas nucleares para Belarus "nos próximos meses". Trata-se do Iskander-M, afirmou o líder russo durante uma reunião com seu colega bielorrusso, Alexander Lukashenko, em São Petersburgo, no noroeste da Rússia.

Ambos os líderes também disseram que queriam modernizar a aviação bielorrussa para que possa transportar armas nucleares. Minsk não está oficialmente envolvida no conflito, mas como aliado do Kremlin, fornece apoio logístico.

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