Reunião do Conselho de Segurança: Para Rússia, antes de o órgão condenar o episódio, deveria receber detalhes concretos pelas mãos do chefe da UNSMIS (Mario Tama/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2012 às 21h02.
Nações Unidas - A Rússia vetou nesta segunda-feira a condenação que o Conselho de Segurança da ONU queria emitir sobre o massacre da semana passada na cidade síria de Tremseh, quando morreram mais de 200 pessoas e onde parte do exército sírio usou armamento pesado contra civis.
O principal órgão de deliberação das Nações Unidas preparou uma condenação ao massacre na sexta-feira, mas Moscou pediu mais tempo para dar sua autorização, o que não aconteceu, e acabou vetando a condenação, informaram à Agência Efe fontes diplomáticas.
O comunicado à imprensa preparado pela Presidência do Conselho de Segurança, ocupada neste mês pela Colômbia, condenava diretamente o uso de artilharia, tanques e helicópteros do exército de Bashar Al Assad contra Tremseh e defendia que essas ações eram contrárias ao plano de paz do enviado Kofi Annan.
Cerca de 200 pessoas morreram na quinta-feira em Tremseh, cidade localizada no reduto opositor de Hama, por bombardeios do exército e disparos de milicianos e outras forças leais ao regime sírio, segundo a oposição, apesar de o regime culpar supostos grupos terroristas.
Para Moscou, segundo as mesmas fontes diplomáticas, o que aconteceu na cidade ainda não está claro. Por isso, para o país, antes de o Conselho de Segurança condenar o episódio, deveria receber detalhes concretos pelas mãos do chefe da UNSMIS, o general norueguês Robert Mood, o que a Presidência do Conselho desprezou.
Presidente temporário do Conselho, o embaixador colombiano Néstor Osorio, disse que não parece 'apropriado' receber a esta altura um relatório de Mood, e que espera que o Conselho de Segurança concentre seus esforços em buscar posições sobre a resolução negociada desde a semana passada, que tem como objetivo renovar o mandato da UNSMIS e aumentar a pressão sobre Assad.
'O comunicado (de condenação) teria sido relevante se o enviássemos imediatamente. Eu cumpri com minhas responsabilidades', acrescentou o embaixador colombiano, que reiterou a aposta de seu governo em aplicar 'as medidas necessárias' para impedir mais assassinatos na Síria.
Os membros do Conselho de Segurança se encontram reunidos neste momento para tentar chegar a uma posição sobre a proposta apresentada na semana passada por Reino Unido, França, Estados Unidos, Portugal e Alemanha para conseguir uma resolução sobre a Síria.