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Rússia ataca pela 1ª vez principal reduto do EI na Síria

A Força Aérea da Rússia bombardeou pela primeira vez, o principal reduto do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria

O presidente da Rússia, Vladimir Putin (Philippe Wojazer/Reuters)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin (Philippe Wojazer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2015 às 18h16.

Beirute - A Força Aérea da Rússia bombardeou nesta sexta-feira, pela primeira vez, o principal reduto do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria, no terceiro dia da campanha militar no país, onde multiplicou seus alvos e ataques.

Várias das províncias do norte da Síria foram palco das ofensivas da aviação russa, diferentemente das duas primeiras jornadas, nas quais se limitou a bombardear Homs e Hama, no centro do país, e Idlib, também na região norte.

Pela primeira vez desde o início das operações, a Rússia teve como alvo o principal reduto do EI em território sírio, a província de Al Raqqa, no noroeste do país, disse à imprensa em Moscou o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov.

Um membro da organização de ativistas de defesa de Al Raqqa, que se identificou como Abu Mohammed, explicou à Agência Efe que houve ataques aéreos na província, mas não pôde confirmar se eles foram promovidos pelos russos, pelo regime sírio ou pela coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos.

"Os bombardeios foram registrados na região de Dabsi al Furch, no oeste do povoado de Al Tabqa (na periferia ocidental de Al Raqqa)", indicou Abu Mohammed.

Os ataques mataram pelo menos 12 jihadistas sírios e estrangeiros, entre os quais estavam dois dirigentes do EI de nacionalidade iraquiana e tunisiana, afirmou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, que também não conseguiu verificar quem foram os autores da ofensiva.

O temor dos bombardeios levou o EI a fechar mesquitas e cancelar a oração muçulmana do meio-dia da sexta-feira, revelou Mohammed.

Outra região alvo dos ataques aéreos foi o leste da província de Homs, perto da cidade de Palmira, considerada como patrimônio mundial da Unesco, sob controle dos radicais.

O governador de Homs, Talal al Barazi, disse à Efe que a Força Aérea Russa destruiu um armazém de armas e uma base do EI na cidade de Al Qariatain, assim como um comboio de jihadistas na estrada que une Palmira a Al Sujna.

Em resposta aos bombardeios, o EI lançou hoje duas ofensivas no nordeste da Síria contra bairros dominados pelo regime de Bashar al Assad na cidade de Deir ez Zor e contra as milícias curdo-sírias em Jabal Abdulaziz, em Al Hasakah, que provocaram intensos confrontos.

Também foram bombardeadas posições dos extremistas na província de Aleppo, onde os aviões russos atacaram uma base do EI e um centro de transmissões na cidade de Daret Ezza apontou uma fonte militar, citada pela agência de notícias oficial síria "Sana".

A mesma fonte acrescentou que, além disso, foram destruídos depósitos de combustíveis, munição e armas dos jihadistas nas cidades de Maaret al Nuaman e Al Habit, em Idlibt, assim como dezenas de veículos e um quartel do EI em Kaft Zita, na província central de Hama.

Essa versão difere da divulgada por ativistas e opositores, que afirmam que as regiões de Idlib e Hama estão em poder de facções rebeldes sírias e da Frente al Nusra, filial da Al Qaeda no país.

O Observatório Sírio destacou que os aviões russos atacaram pelo segundo dia consecutivo a cidade de Al Latmane, em Hama, e sob controle de uma facção pertencente aos moderados do Exército Livre Sírio (ELS), e também a planície de Al Gab, na mesma província, onde está o Jaysh al Fatah.

A organização confirmou o ataque em Maarat al Nuaman e outro em Al Rikaia, em Idlib, uma província que está dominada quase totalmente pela Frente al Nusra e seus aliados. Também em Idlib, os aviões da Rússia bombardearam um quartel do corpo parapolicial da filial da Al Qaeda em Khan Shijun.

No norte de Latakia, uma das fortificações do regime de Assad, a aviação russa teve como alvo as regiões de Jabal al Turcoman e Jabal al Akrad, que no passado sofreram ataques por parte dos insurgentes, destacou a mesma fonte.

Diante desses bombardeios contra grupos rebeldes, a Coalizão Nacional Síria (CNFROS), a principal aliança de opositora, pediu ao Conselho de Segurança da ONU para adotar uma "resolução clara" para obrigar a Rússia a deter "sua agressão" contra o povo sírio.

Além disso, pediu que a Rússia pare de realizar esse tipo de ataque "que resultou na morte de 60 civis, incluindo mulheres e menores" na Síria. 

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