(© Agence France-Presse/AFP)
Os ucranianos continuam enfrentando grandes cortes de energia elétrica devido aos bombardeios contra as infraestruturas do país por parte das tropas russas, que neste domingo, 23, anunciaram a destruição de um depósito de combustíveis da Força Aérea de Kiev.
A operadora nacional ucraniana Ukrenergo efetuou neste domingo uma série de cortes de energia em Kiev para "estabilizar" o abastecimento, informou a empresa privada de energia elétrica DTEK.
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As interrupções que afetam vários bairros da capital ucraniana de forma alternativa, não deveriam durar mais de quatro horas, segundo a DTEK, mas a empresa não descartou a possibilidade de cortes prolongados "de acordo com magnitude dos danos" provocados pelos ataques de Moscou.
O governo ucraniano anunciou no sábado que mais de um milhão de casas estavam sem energia elétrica no país.
A Rússia intensificou os bombardeios contra a rede de energia elétrica ucraniana há mais de uma semana e destruiu um terço das infraestruturas do setor, a poucas semanas do início do inverno.
As autoridades de Kiev pediram aos cidadãos e às empresas que reduzam o consumo.
Os bombardeios destruíram neste domingo um depósito com quase 100.000 toneladas de combustíveis destinados à Força Aéreas ucraniana na localidade de Smela, na região de Cherkasy (centro), anunciou o ministério russo da Defesa em um comunicado.
Os russos também atacaram vários depósitos de munição e um depósito com diesel para veículos militares.
No âmbito do diálogo internacional, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoimu, conversou por telefone com o ministro da Defesa da França, Sébastien Lecornu, o ministro da Turquia, Hulusi Akar, e, fato incomum, com o ministro do Reino Unido, Ben Wallace, para falar sobre o conflito na Ucrânia, anunciou o exército russo.
Durante a ligação com Lecornu, o ministro russo alertou que a situação na Ucrânia "tende a uma escalada maior e fora de controle", segundo um comunicado.
Shoigu expressou preocupação aos colegas com "as possíveis provocações da Ucrânia com o uso de uma 'bomba suja'".
Lecornu recordou que a "França rejeita qualquer forma de escalada, especialmente a nuclear."
Na sexta-feira, Shoigu falou por telefone com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin.
A Rússia enfrenta atualmente uma grande contraofensiva da Ucrânia. Moscou denunciou o "aumento considerável" dos ataques ucranianos contra várias regiões russas na fronteira, incluindo Belgorod, Kursk e Briansk.
Duas linhas de defesa foram construídas em Kursk para enfrentar um possível ataque das forças ucranianas, anunciou neste domingo o governador da região, Roman Starovoit.
"Estamos preparados para enfrentar qualquer ataque ao nosso território", disse.
O governador da região russa de Belgorod, também na fronteira com a Ucrânia, anunciou no sábado o início da construção de uma linha de defesa.
No sábado, duas pessoas morreram nos ataques ucranianos contra infraestruturas civis na região de Belgorod e quase 15.000 moradores ficaram sem energia elétrica em suas casas por várias horas, afirmaram as autoridades locais.
As autoridades pró-Rússia da região de Kherson (sul da Ucrânia), anexada por Moscou, pediram no sábado que os civis abandonem "imediatamente" a capital regional diante do avanço das tropas de Kiev.
Desde quarta-feira, as autoridades designadas por Moscou organizam operações de retirada para a margem esquerda do rio Dniepr, no limite de Kherson.
Uma pessoa morreu neste domingo nesta cidade na explosão de uma bomba de fabricação caseira, anunciaram as autoridades pró-Rússia.
Kherson foi a primeira grande cidade ucraniana tomada pelos russos no início de sua ofensiva, que começou em 24 de fevereiro.