Moscou e Havana tiveram estreitas relações durante a Guerra Fria, e Cuba nunca se recuperou totalmente da perda da ajuda financeira decorrente do desmoronamento da União Soviética (Ekaterina Shtukina/RIA Novosti/Pool/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 09h32.
Havana - A Rússia vai arrendar a Cuba oito jatos avaliados em 650 milhões de dólares, e cancelará parcialmente a dívida contraída pelo país caribenho com Moscou na época da União Soviética, conforme preveem acordos firmados na quinta-feira pelo premiê russo, Dmitry Medvedev, em visita à ilha comunista.
Havana e Moscou tiveram estreitas relações durante a Guerra Fria, e o regime cubano nunca se recuperou totalmente da perda da ajuda financeira decorrente do desmoronamento da União Soviética.
O ministro russo da Indústria e Comércio, Denis Manturov, que participa da viagem, disse que a Rússia vai cancelar parte de uma dívida de 30 bilhões de dólares, e oferecerá um plano de refinanciamento de 10 anos para o valor restante.
"Houve uma dívida acumulada relacionada a empréstimos alocados pela União Soviética, e agora preparamos um acordo que deve ser submetido a todos os procedimentos necessários", disse.
Manturov afirmou que a decisão final sobre o acordo da dívida deve ser assinada até o final do ano.
A Rússia também arrendará três aviões Ilyushin-96-400, com grande autonomia de voo, três jatos regionais AN-158, e dois TU-204SM, para viagens de média distância, conforme acordos selados na presença de Medvedev e do presidente cubano, Raúl Castro.
Moscou oferecerá garantias soberanas a um conjunto de bancos russos que financiam o acordo, segundo Manturov.
Medvedev e Raúl foram vistos conversando informalmente e sorrindo durante a cerimônia. O líder cubano cumprimentou os repórteres em russo.
Os dois países tiveram um intercâmbio comercial de cerca de 200 milhões de dólares no ano passado. Companhias petrolíferas da Rússia --país que é o maior exportador mundial de energia-- estão atualmente prospectando petróleo na costa cubana.