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Rússia anuncia novas conquistas territoriais na Ucrânia após dois anos de ofensiva

Confronto pelo controle de Avdiivka foi um dos mais sangrentos desde o início da ofensiva russa em fevereiro de 2022

Familiares e amigos comparecem ao funeral de três pessoas em Kramatorsk, região de Donetsk (leste da Ucrânia), em 22 de fevereiro de 2024 (AFP Photo)

Familiares e amigos comparecem ao funeral de três pessoas em Kramatorsk, região de Donetsk (leste da Ucrânia), em 22 de fevereiro de 2024 (AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 22 de fevereiro de 2024 às 14h27.

A Rússia reivindicou, nesta quinta-feira, 22, novas conquistas territoriais no leste da Ucrânia, que exige mais armas e munições para recuperar o fôlego às vésperas de completar três anos do conflito.

Esta conquista surge após a tomada de Avdiivka no último final de semana, uma cidade no leste ucraniano que há meses tem sido alvo de uma feroz ofensiva russa, dando a Moscou o seu primeiro grande avanço territorial após meses de estagnação.

O confronto por esta localidade, sua primeira conquista importante desde a de Bakhmut, também no leste, em maio de 2023, foi um dos mais sangrentos desde o início da ofensiva russa lançada em fevereiro de 2022.

Nesta quinta-feira, o Ministério russo da Defesa anunciou a conquista da localidade de Pobeda, cerca de cinco quilômetros a oeste de Donestk.

"As unidades do Grupo de Forças do Sul libertaram a localidade de Pobeda", afirmou o ministério, afirmando que o Exército conseguiu melhorar suas posições na mesma região, nas proximidades de Novomijailivka e Krasnogorivka.

Kiev, entretanto, não confirmou até o momento a perda de Pobeda e se limitou a afirmar que está "combatendo na região".

Na terça-feira, Moscou reivindicou a tomada da cidade de Krynky (sul), ocupada pelas forças ucranianas na margem oriental do rio Dnieper e onde haviam estabelecido uma "cabeça de ponte" em outubro do ano passado.

O Exército de Kiev afirmou, por sua vez, que "matou ou feriu gravemente" em torno de 60 soldados russos em um ataque contra um campo de treinamento na parte ocupada da região de Kherson, na segunda-feira.

A ofensiva foi confirmada no Telegram por especialistas militares russos próximos às forças militares.

De acordo com a Ucrânia, a Rússia está sofrendo grandes perdas, mas ainda possui mais soldados e armamentos, após direcionar toda a sua economia aos esforços bélicos.

Escassez de munições

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, declarou na segunda-feira que seu país está em uma posição "extremamente difícil", visto que o Exército ucraniano enfrenta múltiplos ataques no leste e no sul.
A escassez de munições também é um problema, após uma diminuição na ajuda de seus aliados ocidentais, sobretudo dos Estados Unidos, bloqueada pelos congressistas republicanos.

O chefe da diplomacia da Ucrânia, Dmitro Kuleba, viajou nesta quinta-feira a Varsóvia para garantir a passagem "sem obstáculos" da ajuda militar ocidental ao seu país através da fronteira com a Polônia, bloqueada por manifestantes poloneses.

14 milhões de deslocados

Segundo a ONU, mais de 14 milhões de ucranianos, quase um terço da população do país antes da guerra, foi forçada a deixar suas casas desde o início dos confrontos em 24 de fevereiro de 2022.

Quando a ofensiva completou dois anos, o Reino Unido, um dos principais aliados de Kiev, anunciou sanções contra mais de 50 personalidades e empresas russas, além de ter realizado o envio de novos mísseis à Ucrânia.

Este novo pacote de sanções visa fabricantes de munições, mísseis e explosivos, empresas de eletrônica e comerciantes de diamantes e petróleo. O objetivo é "reduzir" o arsenal de armas do presidente russo, Vladimir Putin, informou a diplomacia britânica.

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