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Rússia amanhece otimista após cúpula entre Putin e Trump apesar da falta de acordos

Especialistas veem a cúpula de sexta-feira como um grande passo para a normalização das relações e uma vitória diplomática de Moscou

Especialistas veem a cúpula entre Trump e Putin como um grande passo para a normalização das relações e uma vitória diplomática de Moscou ( Mikhail Metzel/AFP)

Especialistas veem a cúpula entre Trump e Putin como um grande passo para a normalização das relações e uma vitória diplomática de Moscou ( Mikhail Metzel/AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 16 de agosto de 2025 às 08h49.

Dirigentes, funcionários públicos, meios de comunicação e especialistas russos reagiram com otimismo na manhã deste sábado à cúpula entre os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos, Vladimir Putin e Donald Trump. Eles a veem como um grande passo para a normalização das relações e uma vitória diplomática de Moscou, que sai do isolamento internacional, apesar de não terem sido firmados acordos.

“É importante que a reunião demonstrou que as negociações são possíveis sem condições prévias e simultaneamente com a continuação da Operação Militar Especial (guerra da Ucrânia)”, escreveu em seu canal no Telegram o ex-presidente russo Dmitri Medvedev, que apenas algumas semanas atrás discutiu com Trump através de redes sociais, o que provocou a mobilização de dois submarinos nucleares por parte dos EUA.

Diante da ausência de acordos na cúpula, os funcionários estatais russos criticaram o papel da União Europeia (UE).

"As conversas entre Putin e Trump demonstraram que a Rússia e os EUA estão criando conjuntamente tendências para construir um futuro pacífico, enquanto os países mais agressivos da Europa Ocidental ficaram marginalizados", declarou à agência de notícias “TASS” Leonid Ivlev, deputado da Duma, a Câmara de Deputados russa.

Segundo Maria Butina, membro do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma, esta cúpula demonstra que a UE foi "jogada no lixo da história".

As críticas por parte do Conselho da Federação, o Senado russo, também fizeram eco.

"Os europeus têm algo em que pensar. Se realmente querem pôr fim ao conflito, e se a Ucrânia o deseja especialmente, o que eu duvido, devem então buscar maneiras de se aproximar (de nós)", comentou o representante da Câmara alta do Parlamento, Vladimir Dzhabarov, à emissora de televisão estatal russa.

Enquanto isso, os especialistas consultados pelos meios de comunicação russos falam de uma clara vitória para a diplomacia de Moscou diante da tentativa de isolamento por parte da UE e de que esta cúpula pode dar lugar a novos acordos entre Rússia e Estados Unidos.

"Esta reunião foi um marco importante na normalização das relações entre a Rússia e os EUA. Acredito que esta cúpula foi uma vitória para Putin e para a Rússia", comentou Aidan Sezer, ex-representante comercial turco para a Federação Russa.

Na reunião de ontem entre os líderes russo e americano, Putin garantiu que está "sinceramente interessado em pôr fim" à guerra, mas ressaltou, como fez em inúmeras ocasiões desde o começo da campanha militar em 2022, que o acordo para o conflito deve ter "um caráter sólido e duradouro", de forma que as causas que o originaram sejam eliminadas.

Diante das calorosas boas-vindas que recebeu de Trump no Alasca, Putin convidou seu interlocutor a continuar com outra futura reunião em Moscou.

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