Mundo

Rússia alerta EUA contra mais apoio à oposição síria

Segundo Rússia, apoio americano só irá reforçar um califado declarado pelo Estado Islâmico em partes do Iraque e da Síria


	Combatentes do Exército Livre da Síria em um dos subúrbios de Damasco
 (Mohammed Abdullah/Reuters)

Combatentes do Exército Livre da Síria em um dos subúrbios de Damasco (Mohammed Abdullah/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2014 às 16h41.

Moscou - A Rússia advertiu os Estados Unidos nesta segunda-feira contra o aumento do apoio à oposição síria, dizendo que só irá reforçar um califado declarado pelo Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) em partes do Iraque e da Síria.

Bagdá pediu ajuda internacional na luta conter uma ofensiva do EIIL, um grupo dissidente da Al-Qaeda, que invadiu e tomou Mossul no início de junho. Também capturou territórios no norte e no leste da Síria.

"Os jihadistas têm desafiado não só os seus grupos rivais extremistas, escondidos sob o lema do Islã, mas também os países do mundo islâmico", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.

Cinco jatos russos Sukhoi Su-25 chegaram a Bagdá na noite de sábado e a televisão estatal iraquiana disse que irão ser usados para combater o EIIL. Washington também enviou conselheiros militares para ajudar o Iraque a acabar com a nova ameaça.

Mas na vizinha Síria, Moscou e Washington têm jogado seu peso em forças rivais em uma rebelião que começou no início de 2011.

A Rússia se alinhou ao presidente sírio, Bashar al-Assad, enquanto os Estados Unidos apoiam aqueles que tentam derrubá-lo.

O ministério russo criticou como "mais do que estranho" um pedido que o presidente norte-americano, Barack Obama, enviou ao Congresso dos EUA de 500 milhões de dólares para treinar e equipar "aqueles a quem a Casa Branca chama de 'unidades moderadas' da oposição síria armada".

"Dada a situação real no terreno, estes fundos consideráveis, se aprovados, servirão, de fato, para fortalecer inteiramente o 'califado' terrorista proclamada pelo EIIL", disse.

"Sob as circunstâncias em que grupos terroristas e extremistas têm garantido o seu papel dominante entre as forças antigovernamentais na Síria, as melhores armas e os combatentes mais bem preparados irão acabar nas mãos deles."

Defendendo a decisão de Obama, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse na sexta-feira disse que a oposição síria moderada teve um papel fundamental em repelir o EIIL.

Separadamente, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Alexander Lukashevich, quando perguntado nesta segunda-feira sobre a entrega dos jatos ao Iraque, disse que o fornecimento de armas russas para Bagdá estava concluído, sem dar mais detalhes.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDiplomaciaEstado IslâmicoEstados Unidos (EUA)EuropaGuerrasIslamismoPaíses ricosRússiaSíriaSunitas

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA