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Rússia afirma ter destruído navios militares ucranianos no Mar Negro

Ucrânia intensificou os ataques a navios e posições russas na península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, enquanto a Rússia bombardeou repetidamente a infraestrutura portuária rival no Mar Negro

Mar Negro: águas desse mar se tornaram um foco de conflito desde a retirada de Moscou de um acordo patrocinado pela ONU e pela Turquia. (Ministério da Defesa da Rússia/Divulgação)

Mar Negro: águas desse mar se tornaram um foco de conflito desde a retirada de Moscou de um acordo patrocinado pela ONU e pela Turquia. (Ministério da Defesa da Rússia/Divulgação)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 22 de agosto de 2023 às 10h56.

A Rússia afirmou, nesta terça-feira (22), que destruiu dois navios militares ucranianos no Mar Negro, um terreno de hostilidades crescentes entre os dois lados desde que a Rússia se retirou do acordo de exportação de grãos.

Além disso, pelo quinto dia consecutivo, o Ministério da Defesa russo anunciou que derrubou drones ucranianos na região de Moscou, que também virou um alvo frequente de ações de Kiev nas últimas semanas, e que frustrou uma incursão armada na região fronteiriça de Briansk.

A aviação russa destruiu um navio de reconhecimento ucraniano em uma área "de instalações russas de produção de gás no Mar Negro", anunciou o ministério inicialmente.

Algumas horas depois, disse que também havia "destruído" uma segunda embarcação, especificamente uma lancha ucraniana de fabricação americana perto da Ilha das Serpentes, recuperada no ano passado por Kiev.

A Ucrânia, que não costuma relatar suas perdas, não comentou os incidentes.

As águas desse mar se tornaram um foco de conflito desde a retirada de Moscou, em meados de julho, de um acordo patrocinado pela ONU e pela Turquia para facilitar as exportações de grãos ucranianos.

A Ucrânia intensificou os ataques a navios e posições russas na península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, enquanto a Rússia bombardeou repetidamente a infraestrutura portuária rival no Mar Negro e no rio Danúbio.

Distribuição dos grãos provenientes da Ucrânia para a Europa (Fonte: Centro de Coordenação Conjunta da Iniciativa de Grãos do Mar Negro) (ONU/Reprodução)

Drones contra Moscou

No terreno, a Rússia continua bombardeando a Ucrânia e afirma que seus alvos são os militares, embora haja mortes de civis todos os dias.

Mas o território russo também é alvo de ataques de drones atribuídos à Ucrânia.

Na manhã desta terça-feira, a Rússia já havia anunciado a detecção e destruição de "dois drones" ucranianos na região de Moscou pelo quinto dia consecutivo.

O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, disse que um aparelho foi derrubado na área de Krasnogorsk, cerca de 20 km ao noroeste do Kremlin, e o segundo na área de Chastsy, quase 50 km ao sudoeste do centro da capital.

Os aeroportos internacionais de Domodedovo, Sheremetyevo e Vnukovo, em Moscou, foram fechados por alguns minutos, segundo a agência estatal russa TASS.

As regiões russas que fazem fronteira com a Ucrânia também são alvos regulares de fogo de artilharia ou ataques armados.

Na região russa de Briansk, na fronteira com a Ucrânia, a defesa aérea interceptou dois drones, que caíram sem provocar vítimas, anunciaram as autoridades de Moscou.

A intensificação dos ataques de Kiev contra zonas inimigas acontece de modo paralelo à contraofensiva iniciada em junho para tentar recuperar o território ocupado pela Rússia, que avança mais lento que o previsto.

As autoridades ucranianas anunciaram na segunda-feira que recuperaram três quilômetros quadrados perto de Bakhmut, no leste do país, e que não houve "mudanças significativas" na frente de batalha no sul.

Viagem de Zelensky

Em uma viagem surpresa pela Europa para pedir mais ajuda ao país, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, desembarcou na Grécia na segunda-feira, depois de visitar Suécia, Holanda e Dinamarca.

As autoridades gregas apresentaram a proposta de treinar pilotos ucranianos nos caças F-16, informou Zelensky.

A Ucrânia celebrou, na semana passada, a decisão dos Estados Unidos de autorizar que Dinamarca e Holanda enviem para Kiev 61 caças F-16, após o treinamento dos pilotos ucranianos.

O treinamento organizado por uma coalizão de 11 nações deve começar ainda em agosto e as autoridades estão confiantes de que os pilotos estarão preparados no início de 2024.

A autorização para o envio dos aviões, muito aguardada por Kiev, provocou uma advertência de Moscou. O chanceler russo, Serguei Lavrov, disse que o Kremlin consideraria os F-16 uma ameaça "nuclear" por sua capacidade de transportar armas atômicas.

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