Doping na Rússia: relatório apontou que mais de mil competidores russos de mais de 30 esportes se envolveram no esquema (Yuri Kadobnov/AFP)
Reuters
Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 09h03.
Pela primeira vez, autoridades da Rússia admitiram a prática de doping em grande escala no sistema esportivo do país, mas negaram as insinuações de que a chamada "conspiração institucional" tivesse patrocínio estatal, informou o jornal New York Times nesta quarta-feira.
A parte final do relatório independente da Agência Mundial Antidoping (Wada) a respeito do doping na Rússia, divulgada neste mês, revelou indícios fortes de um esquema de dopagem elaborado, mas à época as autoridades negaram que fosse um programa apoiado pelo Estado.
O relatório apontou que mais de mil competidores russos de mais de 30 esportes se envolveram em um complô para ocultar exames positivos de substâncias proibidas durante um período de cinco anos.
"Era uma conspiração institucional", disse Anna Antseliovich, diretora-geral interina da agência antidoping da Rússia, ao New York Times, mas acrescentando não haver envolvimento de autoridades de primeiro escalão.
Mais de 100 atletas russos foram impedidos de competir na Olimpíada do Rio de Janeiro de 2016 depois que o Comitê Olímpico Internacional (COI) estabeleceu critérios para estes esportistas que incluíram um histórico livre de casos de doping e exames suficientes em eventos internacionais.
"Do meu ponto de vista, como ex-ministro dos Esportes e presidente do comitê olímpico, cometemos muitos erros", disse Vitaly Smirnov, diretor de uma nova comissão criada para combater o doping, segundo o New York Times.
"Temos que encontrar as razões para jovens esportistas estarem usando doping, para concordarem em ser dopados".