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Rússia acusa EUA de prepararem violenta mudança de regime na Venezuela

O porta-voz russo chamou de "cúmulo do cinismo" reivindicar sanções contra o governo e, ao mesmo tempo, tentar obrigar o país a aceitar ajuda humanitária

Venezuela: (Escritório de Migração Colombiana/AFP/AFP)

Venezuela: (Escritório de Migração Colombiana/AFP/AFP)

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EFE

Publicado em 7 de fevereiro de 2019 às 16h11.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2019 às 16h12.

Moscou — O Ministério das Relações Exteriores da Rússia denunciou nesta quinta-feira que os Estados Unidos preparam uma violenta mudança de regime na Venezuela com a fachada de uma operação humanitária.

"Aqui não falamos de democracia. Ninguém propõe a restauração, buscam uma mudança de regime na Venezuela", disse em entrevista coletiva a porta-voz de Relações Exteriores, Maria Zakharova.

Zakharova ressaltou que, "à vista da atividade das delegações militares americanas que inundam literalmente a região ultimamente, está ocorrendo uma preparação detalhada de uma variante de mudança de regime pela força que inclui o apoio logístico".

A porta-voz destacou que em território colombiano, concretamente nas zonas fronteiriças com a Venezuela, "está criando um posto de comando único para a chamada operação humanitária e, se chamarmos as coisas pelo seu nome, simplesmente intervenção humanitária".

"A situação na Venezuela continua sendo muito preocupante. De Washington seguem chegando sinais sobre um possível apoio a um cenário militar a fim de derrubar as autoridades legítimas, com o apoio a uma invasão militar. Sobre isso falam na Casa Branca", disse.

Zakharova lembrou que tal classe de afirmações por parte de funcionários americanos representa uma "flagrante violação" da Carta da ONU.

Já no turno de perguntas, Zakharova garantiu que "é evidente que em Washington a decisão sobre o uso da força já está tomada e que o resto é uma fachada".

Além disso, chamou "de cúmulo do cinismo" reivindicar sanções contra o regime venezuelano e, ao mesmo tempo, tentar obrigar Caracas a aceitar ajuda humanitária.

Desde um primeiro momento o presidente russo, Vladimir Putin, apoiou Nicolás Maduro diante do que chamou de "ingerência destrutiva" dos EUA e advogou pelo diálogo para solucionar a crise no país latino-americano.

O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, expressou hoje "preocupação" sobre a reunião de hoje do Grupo Internacional de Contato sobre a Venezuela, que segundo ele mais do que para promover o diálogo entre a oposição e as "autoridades legítimas" da Venezuela, poderá ser utilizado para "pressionar" Maduro e seu governo.

Embora tenha se mostrado disposto a participar de atividades de mediação, Moscou descartou como interlocutor ao presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro, ao considerar que não é um político independente.

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