Putin: "mas surgem outras perguntas. Se ficar demonstrado que a guerrilha usou armas químicas, o quâ os EUA farão com os guerrilheiros?", indagou (Oleg Nikishin/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2013 às 06h34.
Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que Moscou não descarta aceitar uma ação militar contra o regime do presidente sírio Bashar al Assad se ficar demonstrado que ele usou armas químicas contra a população, em entrevista divulgada nesta quarta-feira pelo Kremlin.
Em seguida, o chefe do Kremlin destacou que só o Conselho de Segurança da ONU pode autorizar o uso da força militar contra um país soberano, já que todas as outras vias são "inadmissíveis e só podem ser qualificadas de agressão".
"Se tivermos dados objetivos, exatos, sobre quem cometeu esses crimes, então haverá uma reação. Dizê-lo agora, de antemão, seria incorreto, assim não se atua em política", disse o presidente russo, respondendo à pergunta de se Moscou iria continuar fornecendo armamento ao regime sírio.
Putin acrescentou que, em qualquer caso, a Rússia ocupará uma postura de princípios, que "consiste em que o uso de armas de aniquilação em massa é um crime".
"Mas surgem outras perguntas. Se ficar demonstrado que a guerrilha usou armas químicas, o quâ os EUA farão com os guerrilheiros? Que farão com os guerrilheiros seus patrocinadores? Deixarão de fornecer-lhes armas? Lançarão operações militares contra eles?", pergumtou Putin.
O presidente russo disse que não há dados exatos do que aconteceu na Síria e que Moscou parte da base de que "se alguém tem antecedentes que se usaram armas químicas e que foram usadas pelas tropas regulares deve apresentar as provas no Conselho de Segurança da ONU".
"E estas (as provas) dever ser convincentes. Não devem se basear em rumores ou informações obtidas por serviços secretos de escutas de conversas", ressaltou.
Putin acrescentou que inclusive nos EUA há especialistas que consideram que as provas apresentadas pelo Governo americano não são sólidas e que não descartam a possibilidade de que o suposto ataque químico do dia 21 de agosto nos arredores de Damasco tenha sido uma provocação da oposição síria.