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Roubini: finanças da França estão tão mal quanto Grécia e Irlanda

O economista lembrou que os franceses também estão com o déficit elevado e não conseguem fazer nenhuma mudança estrutural

Roubini criticou a reação dos franceses em relação a reformas, como a da aposentadoria (Win McNamee/Getty Images)

Roubini criticou a reação dos franceses em relação a reformas, como a da aposentadoria (Win McNamee/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2010 às 15h49.

Washington - As finanças públicas da França não estão em melhor estado do que a de países endividados da eurozona, como Grécia e Irlanda, afirmou nesta sexta-feira o famoso economista americano Nouriel Roubini.

"A França, em certos aspectos essenciais, não parece estar em melhor situação que a periferia da eurozona", afirmou Roubini em entrevista ao canal CNBC.

O economista, conhecido por suas opiniões marcadamente pessimistas, acrescentou que os franceses "não fizeram nada do ponto de vista estrutural, seu déficit orçamentário é elevado, e politicamente são limitados em sua capacidade de fazer reformas". "Mas é justo dizer que, comparados com outros, ainda não estão no mesmo ponto", ressaltou.

Indagado sobre a lei de reforma das aposentadorias promulgada no início do mês, o economista delineou um quadro pouco atraente da situação francesa.

"É o início de uma política de austeridade que deverá ser executada no futuro. Mas para uma pequena mudança como esta, tivemos uma resistência forte e politizada. O que vai acontecer quando forem propostas reformas radicais? É uma pergunta que fica em suspenso no caso da França", indicou.

O especialista - um dos que antecipou em 2006 a explosão da bolha imobiliária - se pronunciou a favor de uma reestruturação das dívidas públicas europeias. Explicou que os resgates que promovem a UE ou o FMI não atacam a raiz do problema, o excesso de endividamento do setor privado, e, ao contrário, o transferem de uma entidade para outra.

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