Os eleitores da Carolina do Norte, Indiana e Virgínia Ocidental comparecem às urnas nesta terça-feira para escolher o rival de Obama nas eleições presidenciais (Joe Raedle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2012 às 21h54.
Washington - O provável candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, enfrentará nesta terça-feira, praticamente sem concorrência, uma tripla consulta de primárias, às quais chega empatado nas pesquisas com o líder Barack Obama.
Os eleitores da Carolina do Norte, Indiana e Virgínia Ocidental comparecem às urnas nesta terça-feira para escolher o rival de Obama nas eleições presidenciais de 6 de novembro, para as quais Romney conta com um único oponente republicano: o congressista Ron Paul, muito atrasado em número de delegados.
Após a retirada na semana passada de Newt Gingrich da corrida republicana, Romney começa a sentir os benefícios de ser o nomeado virtual de seu partido, cujo fechamento de postos começa a ser refletido nas enquetes.
Segundo uma pesquisa publicada nesta segunda-feira pela revista ''Politico'' e pela Universidade George Washington, o ex-governador de Massachusetts acumula 48% das intenções de voto contra 47% de Obama, que buscará a reeleição.
Consciente do ajuste na corrida eleitoral, a campanha de Obama anunciou nesta segunda-feira um investimento de US$ 25 milhões em anúncios em nove estados-chave, entre eles Carolina do Norte, que terá eleições primárias na terça-feira.
O anúncio, intitulado ''Go'' (''Vamos''), destaca a criação de emprego, a operação que há um ano acabou com a morte de Osama bin Laden e a retirada das tropas do Iraque.
''Não vamos tirar o pé do acelerador'', disse o diretor de campanha de Obama, Jim Messina, em entrevista coletiva com jornalistas para apresentar o anúncio. ''Temos uma simples escolha: retroceder ou seguir adiante'', acrescentou.
Enquanto isso, Romney fez campanha em Cleveland (Ohio), onde afirmou que Obama está ''encantado'' com a queda ligeira da taxa de desemprego até 8,1% em abril, e lembrou que em seus primeiros meses de governo, ''prometeu que manteria esse índice abaixo de 8%''.
Apesar de a economia continuar sendo o tema favorito de Romney, e o mais difícil de abordar para a campanha de Obama, o líder recebeu ataques de uma frente inesperada: o casamento homossexual.
O vice-presidente americano, Joe Biden, afirmou no domingo na emissora ''NBC'' que se sente ''tranquilo'' que os casais do mesmo sexo se casem, em uma declaração que disparou a pressão para que Obama, que não se pronunciou até agora sobre o assunto, declare se também apoia esse tipo de união.
A polêmica encontrou seu melhor cenário na Carolina do Norte, que além de votar na terça-feira pelo candidato republicano, se pronunciará sobre uma mudança em sua Constituição estadual para definir se o casamento entre homem e mulher é o único válido.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, fez referência às perguntas sobre o assunto, enquanto o presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, acusou Obama de ''jogo duplo''.
''Obviamente, ele está preocupado com o que está acontecendo na Carolina do Norte, e não quer apoiar totalmente o que o vice-presidente diz, mas ao mesmo tempo quer o benefício do que o vice-presidente diz'', disse Priebus à emissora ''MSNBC''.
Mas a votação sobre o casamento homossexual não é a única razão pela qual a campanha de Obama manterá na terça-feira a atenção na Carolina do Norte, um dos estados que confia conquistar em novembro pela sua grande população negra e seu perfil tradicionalmente moderado.
Romney também tem altas expectativas nesse estado, que distribuirá 55 delegados, mas aposta ao mesmo tempo por Indiana, um estado do coração dos Estados Unidos de maioria branca e especialmente impactado pela crise financeira, onde espera que seu discurso econômico conquiste a maioria dos 46 delegados.
Virgínia Ocidental, que distribuirá 31 delegados, é um estado tradicionalmente conservador cujo eleitorado diverge, em princípio, do perfil moderado de Romney.
Segundo as últimas projeções das emissoras de televisão, Romney acumula 841 delegados de seu partido, frente aos 76 de Paul, cuja permanência na campanha parece responder a uma estratégia para impulsionar seus ideias e objetivos dentro do partido, mais que uma verdadeira aposta pela Casa Branca, já fora de seu alcance.
São necessários 1.144 delegados para conseguir a nomeação republicana, que será anunciada no final de agosto na Convenção Nacional do partido em Tampa (Flórida).