Mundo

Rohani defende indicados para gabinete; Parlamento debate

Presidente recém-empossado disse que indicou nomes de todas as facções políticas, levando em conta sua experiência, e não suas afinidades políticas


	Hassan Rohani: "O seu voto de confiança nos ministros não é só um voto para os indivíduos, mas um voto para todo o governo e seus planos", disse o presidente 
 (Atta Kenare/AFP)

Hassan Rohani: "O seu voto de confiança nos ministros não é só um voto para os indivíduos, mas um voto para todo o governo e seus planos", disse o presidente  (Atta Kenare/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2013 às 10h12.

Dubai - O presidente do Irã, Hassan Rohani, disse nesta segunda-feira que escolheu um gabinete capaz de tirar o país da crise econômica e do isolamento diplomático, mas algumas indicações devem enfrentar resistência do Parlamento.

"O seu voto de confiança nos ministros não é só um voto para os indivíduos, mas um voto para todo o governo e seus planos", disse o recém-empossado presidente no início do debate parlamentar.

Rohani é um clérigo moderado de médio escalão, que se elegeu com o apoio de eleitores centristas e reformistas, mas que também tem boas relações com conservadores.

Ele disse que indicou nomes de todas as facções políticas, levando em conta sua experiência, e não suas afinidades políticas. Muitos dos eventuais ministros são tecnocratas que trabalharam nos governos do moderado Akbar Hashemi Rafsanjani e do reformista Mohammad Khatami.

Conservadores criticaram a indicação de Bijan Zanganeh ao ministério do Petróleo. Embora seja visto como um gestor competente e experiente, muitos o consideram próximo demais de líderes reformistas que encabeçaram protestos contra uma suposta fraude na eleição presidencial de 2009.

Zanganeh e Mohammad Ali Najafi, indicado para a pasta da Educação, visitaram o líder supremo do regime islâmico, aiatolá Ali Khamenei, depois da eleição de 2009 para transmitir queixas de líderes oposicionistas que agora estão sob prisão domiciliar.

Os conservadores se referem aos protestos pós-eleitorais de 2009 como uma "sedição", e quase todos os reformistas foram expurgados de cargos importantes nos últimos anos.

O deputado conservador Ruhollah Hosseinian previu no sábado que 80 por cento dos indicados para o gabinete serão aprovados, segundo a agência de notícias Isna.


Segundo ele, o Parlamento irá barrar aqueles "que fizeram declarações no Parlamento e não se distanciaram da sedição".

Hossein Shariatmadari, indicado diretamente por Khamenei para editar o influente diário Kayhan, escreveu em editorial na segunda-feira que "o lugar dos que estiveram presentes na sedição é na prisão, não no ministério".

Em seu discurso da segunda-feira, Rohani disse que o ministério do Petróleo exige "diplomacia ativa", e manifestou aval a Zanganeh para o cargo.

Além de recuperar a economia iraniana, Rohani promete também melhorar a imagem internacional do país, abalada por declarações de seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, que pregava a extinção de Israel e questionava o Holocausto.

O provável futuro embaixador do país será Mohammad Javad Zarif, que estudou nos EUA e foi embaixador iraniano na ONU. Rohani disse na segunda-feira que a política externa do seu governo buscará "prevenir ameaças e aliviar tensões".

O Parlamento deve votar as indicações ministeriais ainda nesta semana.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrises em empresasHassan RohaniIrã - País

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia