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Roberto Azevêdo: livre comércio ajuda a absorver o choque do coronavírus

Em entrevista à EXAME, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio diz que a abertura comercial pode minimizar as perdas na indústria

Azevêdo, da OMC: “Esse não é um choque estrutural, mas temporário” | Seong Joon Cho/Bloomberg/Getty Images /  (Seong Joon Cho/Bloomberg/Getty Images)

Azevêdo, da OMC: “Esse não é um choque estrutural, mas temporário” | Seong Joon Cho/Bloomberg/Getty Images / (Seong Joon Cho/Bloomberg/Getty Images)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 27 de fevereiro de 2020 às 11h54.

SÃO PAULO -- Com a crise causada pela epidemia do novo coronavírus Covid-19, tem aumentado a preocupação da indústria sobre como manter as operações em funcionamento em meio a falta de peças e insumos que vêm do exterior. Para Roberto Azevêdo, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, em momentos críticos como esse, o livre fluxo de comércio entre os países pode ajudar a minimizar os prejuízos, pois permite que as empresas busquem fornecedores em países capazes de atender a demanda.

Em entrevista exclusiva à EXAME, publicada nesta quinta-feira na mais recente edição da revista, Azevêdo falou sobre os efeitos da epidemia para o comércio global. “Em termos de cooperação econômica, manter o comércio internacional aberto continua sendo a ferramenta mais valiosa para absorver os choques. Isso favorece o acesso a fornecedores alternativos de insumos de produção, no caso de interrupção do fornecimento. Além disso, a manutenção dos fluxos de comércio contribuirá para uma recuperação mais rápida quando o coronavírus estiver controlado”, afirmou ele.

O diplomata brasileiro acredita que o choque deve ser temporário e a tendência é que as cadeias de produção e fornecimento globais devem voltar ao normal uma vez que a propagação do vírus esteja mais controlada. “Se a crise for de curta duração, de alguns meses, as empresas usarão estoques e buscarão alternativas temporárias. Se os efeitos econômicos persistirem, as empresas começarão a procurar novos fornecedores. Mas o que a história econômica sugere, nesses casos, é que as coisas tenderão a voltar ao que eram antes. Esse não é um choque estrutural, mas temporário”, disse o diretor-geral da OMC.

A entrevista completa está disponível para assinantes na edição impressa e no site da EXAME.

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