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Ritmo de redução da fome na América Latina está diminuindo

Segundo a Organização das Nações Unidas, cerca de 49 milhões de pessoas passavam fome na América Latina e no Caribe entre 2010 e 2012


	Cerca de 8,3 por cento dos habitantes da região não recebem as calorias necessárias diariamente para manter uma vida saudável
 (Getty Images)

Cerca de 8,3 por cento dos habitantes da região não recebem as calorias necessárias diariamente para manter uma vida saudável (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2012 às 12h57.

Santiago - Cerca de 49 milhões de pessoas passavam fome na América Latina e no Caribe entre 2010 e 2012, indicando um ritmo mais lento de redução da fome devido ao crescimento econômico mais fraco e aos elevados níveis de desigualdade, disse uma agência das Nações Unidas nesta quinta-feira.

A região dependente de exportações está passando por um boom conduzido pelas commodities, mas uma desaceleração na China, parceiro comercial importante, e a distribuição de renda desigual prejudicaram os esforços para combater a fome, disse a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em um relatório.

Cerca de 8,3 por cento dos habitantes da região não recebem as calorias necessárias diariamente para manter uma vida saudável, alertou a FAO. Haiti, Guatemala, Paraguai, Bolívia e Nicarágua têm as maiores taxas de fome.

Entre 2004 e 2006, cerca de 54 milhões de pessoas na região estavam com fome, número que caiu para 50 milhões entre 2007 e 2009.

"Embora a tendência de redução da fome continue, ela está diminuindo o seu ritmo, o que é consistente com a desaceleração do crescimento econômico registrado pelos países da região", acrescentou o relatório.

As economias da América Latina e do Caribe cresceram 6 por cento em 2010, mas essa taxa deve ter diminuído para 3,2 por cento este ano, de acordo com o órgão econômico das Nações Unidas para a América Latina.

Commodities --incluindo soja, trigo e milho-- permanecem a espinha dorsal de muitas das economias da região.

"Em 2012, o crescimento econômico da região não se traduziu em uma redução na vulnerabilidade a que parte da população do continente é exposta", disse Raul Benitez, representante da FAO para a região.

Os preços dos alimentos também ameaçam as famílias mais pobres e vulneráveis da região, afirmou a agência.

No período de junho a agosto, os preços médios do milho subiram 25 por cento, os preços médios de grãos de soja aumentaram 20 por cento e os preços médios do trigo subiram 26 por cento, segundo a FAO.

"Em sociedades com alta desigualdade, tais como América Latina e Caribe, os choques nos preços dos alimentos têm efeitos graves sobre aqueles em situação de extrema pobreza", acrescentou o relatório.

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