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Ríos Montt anuncia apelação e diz que condenação é ilegal

O tribunal declarou hoje Ríos Montt culpado de genocídio e crimes contra a humanidade

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2013 às 22h51.

Cidade da Guatemala - O ex-ditador guatemalteco José Efraín Ríos Montt, condenado nesta sexta-feira a 80 anos de prisão por genocídio e crimes de guerra, insistiu em sua inocência e anunciou que apelará da decisão judicial, que qualificou de ilegal por fazer parte de um "show político internacional".

"É um show político internacional que vai afetar a alma e o coração do povo guatemalteco, mas nós temos paz porque nunca derramamos ou manchamos as mãos com o sangue de nossos irmãos", declarou Ríos Montt aos jornalistas antes de ser transferido a um quartel militar que funciona como prisão.

O velho general, de 86 anos, disse que foi sempre "o primeiro a lamentar a tragédia" que padeceram os indígenas guatemaltecos durante a guerra interna de 36 anos (1960-1996).

"Me processaram e me condenaram por genocídio. O tribunal achou oportuno me ver como genocida, mas o grande problema é que trabalhou somente sobre supostos elementos de investigação que não têm nenhuma sustentação legal; em consequência, tudo isso não tem valor", afirmou o ex-chefe de Estado.

O tribunal declarou hoje Ríos Montt culpado de genocídio e crimes contra a humanidade, ao dar valor probatório às quase 100 testemunhas de acusação e peritos que foram apresentados pela promotoria.

Com tom de voz enérgico, o militar reformado declarou que a decisão do tribunal responde a interesses dos juízes, que não atuaram "por interesse de nação, mas institucional ou pessoal".

Em seguida, Ríos Montt disse que "vou me preparar para ir à prisão. Não se preocupem, não tenho muita angústia, não tenho muita pena, lamento profundamente pela minha família, mas de todas as maneiras, de forma pessoal, não tenho angústia porque cumpri a lei".

O general reformado José Rodríguez Sánchez, que foi processado junto com Ríos Montt pelos mesmos delitos e que foi absolvido pelo tribunal porque "não teve ingerência" nas operações militares contra os indígenas ixiles, recuperou imediatamente sua liberdade.

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