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Teixeira pode ter vendido voto para Catar sediar Copa

Investigações: se for condenado, ele pode ser obrigado até a deixar todas suas relações com o futebol


	Investigações: se Ricardo Teixeira for condenado, ele pode ser obrigado até a deixar todas suas relações com o futebol
 (Michael Regan/Getty Images)

Investigações: se Ricardo Teixeira for condenado, ele pode ser obrigado até a deixar todas suas relações com o futebol (Michael Regan/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2015 às 12h40.

Zurique - Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, está sendo investigado pela Fifa.

A informação é do Comitê de Ética da entidade que, oficialmente, indicou que o brasileiro está sendo examinado. Se for condenado, ele pode ser obrigado até a deixar todas suas relações com o futebol.

Como ex-membro da Comitê Executivo da Fifa, ele é suspeito de ter vendido seu voto para o Catar sediar a Copa de 2022.

A lista dos nomes de cartolas sob investigação foi revelada nesta quarta-feira, depois que a entidade aprovou mudanças em seus estatutos para permitir que sejam divulgados casos sob suspeita e que estejam sendo examinados.

Além de Teixeira, o órgão inclui Franz Beckenbauer e o espanhol Angel Maria Villar, o atual vice-presidente da Uefa. Ambos são investigados por seu papel no caso da suspeita de compra de votos para a escolha da Copa de 2022.

A reportagem do Estado revelou em 2014 que a suspeita se referia ao jogo entre Brasil e Argentina, disputado no Catar e que poderia ter servido como forma de compensar tanto Teixeira quanto o argentino Julio Grondona pelo voto que dariam aos árabes. O jogo aconteceu dias antes da eleição na Fifa, em 2010, e que definiu a sede.

Numa investigação interna, a Fifa disse inicialmente que não encontrou indícios de que o jogo foi usado para o pagamento de propinas. Mas as investigações da Justiça da Suíça e dos EUA apontam que as empresas que fizeram os pagamentos são as mesmas que hoje estão construindo os locais que receberão os jogos da Copa de 2022.

O Ministério Público da Suíça abriu inquérito sobre o assunto e chegou a confiscar os computadores da empresa Kentaro, que havia organizado a partida.

No Brasil, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O Coaf, órgão de investigação financeira do Ministério da Fazenda, registrou movimentação atípica de Ricardo Teixeira dentro do Brasil de R$ 464,5 milhões entre 2009 e 2012.

Também levantou suspeitas a conta de Teixeira em Mônaco. Ao levantar os depósitos feitos na conta, os investigadores norte-americanos e suíços descobriram diversas transferências vindas de contas no Golfo.

Essa não é a primeira vez que a conta de Mônaco é mencionada. Durante a Copa de 2014, um site francês dedicado ao jornalismo investigativo, Mediapart, revelou uma gravação em que banqueiros falam sobre Teixeira e sua conta com 30 milhões de euros no principado.

O banco usado seria o Pasche, uma filial do grupo Credit Mutuel. O caso estaria sendo investigado pelas autoridades monegascas por lavagem de dinheiro, num processo conduzido pelo juiz Pierre Kuentz.

Teixeira teria passado pelo principado em janeiro, fevereiro, abril e maio de 2014, sempre ficando pelo menos dois ou três dias. O cartola se hospedava no luxuoso hotel Metropole. Isso não seria por acaso: o hotel fica a poucos metros do banco.

PLATINI E BLATTER - Por meio de comunicado divulgado nesta quarta, a Fifa ressaltou também que a investigação do Comitê de Ética que apura irregularidades cometidas por Joseph Blatter e Michel Platini, que neste mês receberam uma suspensão de 90 dias, seguem "em curso".

"A investigação está focada no pagamento de 2 milhões de francos suíços da Fifa a Platini em fevereiro de 2011", informou.

Em seguida, a Fifa prometeu que a câmara de investigação de seu Comitê de Ética "fará tudo o que estiver ao seu alcance" para garantir que sua câmara decisória, presidida por Hans-Joachim Eckert, possa tomar uma decisão em relação aos dois dirigentes dentro do período de suspensão de 90 dias, que começou a ser cumprida no último dia 8.

A câmara de investigação também confirmou que os processos seguem em curso contra o Jérôme Valcke, secretário-geral que também foi afastado de suas funções pela "suspeita do uso indevido de despesas e outras infrações às regras e regulamentos da Fifa", conforme destacou a entidade nesta quarta.

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