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Revista evangélica dos EUA pede impeachment do "moralmente perdido" Trump

O presidente, que registra forte popularidade entre os cristãos evangélicos brancos, respondeu ao ataque através de uma série de textos no Twitter

Donald Trump: presidente dos Estados Unidos tem forte popularidade entre os cristãos brancos (Yuri Gripas/Reuters)

Donald Trump: presidente dos Estados Unidos tem forte popularidade entre os cristãos brancos (Yuri Gripas/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de dezembro de 2019 às 20h25.

Uma das principais revistas evangélicas dos Estados Unidos, Christianity Today, pediu o impeachment do presidente Donald Trump, por considerá-lo "moralmente perdido", provocando uma forte reação do republicano.

Trump, que registra forte popularidade entre os cristãos evangélicos brancos (embora sua aprovação tenha caído de 81% em 2016 para menos de 70% atualmente), respondeu a este ataque através de uma série de textos no Twitter nesta sexta-feira.

"Nenhum presidente fez mais pela comunidade evangélica, nem de perto", escreveu Trump, chamando a publicação de "revista de extrema-esquerda" e garantindo que não irá ler seu conteúdo.

No editorial desta quinta-feira, um dia após a Câmara de Representantes ter aprovado o processo de impeachment contra Trump por abuso de poder e obstrução do Congresso, a Christianity Today escreveu que apesar de se manter afastada da política, entendia ser "necessário" esclarecer certas coisas.

"Os fatos neste caso são inequívocos", indicou. "O presidente dos Estados Unidos tentou usar seu poder para forçar um líder estrangeiro (o presidente da Ucrânia) a perseguir e desacreditar" um de seus oponentes políticos, o ex-vice-presidente democrata Joe Biden.

"Não é apenas uma violação da Constituição; o que é mais grave é que é profundamente imoral", afirmou.

A Christianity Today foi fundada por Billy Graham, um destacado cristão evangélico que faleceu no ano passado, mas sua família não tem ligações com a publicação. A revista, que registra uma circulação de cerca de 130 mil exemplares, apontou que Trump "silenciou a ideia de moralidade em seu governo".

"Ele próprio admitiu ações imorais nos negócios e em seu relacionamento com as mulheres, das quais continua orgulhoso".

"Somente sua conta no Twitter, com sua cadeia habitual de caracterizações errôneas, mentiras e calúnias, é um exemplo quase perfeito de um ser humano que está moralmente perdido e confuso", destacou.

Segundo a revista, as audiências no Congresso "iluminaram os defeitos morais do presidente aos olhos de todos".

A revista disse que "os apoiadores evangélicos de Trump apontaram seus indicados para a Suprema Corte, sua defesa da liberdade religiosa e sua gestão da economia, entre outras coisas, como realizações que justificam seu apoio".

Mas perguntou se era possível argumentar que o aborto é intolerável e, ao mesmo tempo, que o caráter do presidente não importa realmente no final.

Se o Senado ou a votação popular removerem Trump do cargo na próxima eleição "é uma questão de julgamento prudencial", escreveu. "Que ele seja destituído, acreditamos, não é uma questão de lealdade partidária, mas de lealdade ao Criador dos Dez Mandamentos."

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