Mundo

Revés em eleições foi despertar para Merkel, dizem críticos

A Alemanha recebeu 1,1 milhão de imigrantes em fuga do Oriente Médio, da África e de outras regiões no ano passado


	Angela Merkel: a União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão) de Merkel perdeu apoio nas três eleições estaduais
 (Hannibal Hanschke / Reuters)

Angela Merkel: a União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão) de Merkel perdeu apoio nas três eleições estaduais (Hannibal Hanschke / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2016 às 09h31.

Berlim - Os críticos da política liberal para os refugiados da chanceler alemã, Angela Merkel, a conclamaram a mudar de direção depois que os eleitores de três Estados puniram sua coalizão conservadora e se voltaram a um partido anti-imigração que defende o fechamento das fronteiras do país.

A União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão) de Merkel perdeu apoio nas três eleições estaduais –no Estado industrial de Baden-Wuerttemberg, na região vinícola da Renânia-Palatinado e na Saxônia-Anhalt– na primeira votação que deu aos eleitores uma chance de reagir à política imigratória da chanceler.

O direitista Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), que tem uma posição severa em relação à imigração, ficou com cerca de um quarto dos votos na Saxônia-Anhalt, tornando-se o segundo partido mais votado no Estado, e também obteve resultados expressivos nas duas outras unidades federativas alemãs.

"O despertar" foi a manchete do jornal Handelsblatt desta segunda-feira, acima de uma caricatura de Merkel em agasalho esportivo lutando para segurar pesos representando seus conservadores e o Partido Social-Democrata (SPD, na sigla em alemão), o parceiro minoritário de sua coalizão na esfera federal.

"Simplesmente continuar no mesmo caminho não é uma opção", afirmou o jornal de negócios em seu editorial, referindo-se à crise dos refugiados, às preocupações a respeito de sua integração na Alemanha e à falta de respostas convincentes do CDU e do SPD para outras questões, como a digitalização.

A Alemanha recebeu 1,1 milhão de imigrantes em fuga do Oriente Médio, da África e de outras regiões no ano passado, e prevê a chegada de centenas de milhares mais em 2016, o que despertou temores entre alguns alemães de que seu país esteja sendo tomado por imigrantes com culturas muito diferentes da sua.

Horst Seehofer, líder da União Social-Cristã da Baviera (CSU, na sigla em alemão), partido filiado ao CDU de Merkel, culpou a política imigratória da chanceler pelos resultados ruins dos conservadores nos pleitos estaduais.

"Deveríamos dizer às pessoas que entendemos e que iremos lidar com as consequências do resultado destas eleições", teria dito ele, segundo sites de jornais.

O jornal de grande circulação Bild disse em seu editorial desta segunda-feira que Merkel experimentou "uma derrota esmagadora neste domingo de eleições super torturante", mas que provavelmente irá manter sua rota política e que o preço disso será uma coalizão conservadora profundamente dividida.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaAngela MerkelEuropaPaíses ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Irã suspende os voos em todos os aeroportos do país

Voo com 229 repatriados do Líbano pousa na Base Aérea de São Paulo

Flórida declara estado de emergência, à espera de um 'grande furacão' na próxima semana

Defesa Civil de Gaza relata 21 mortos após ataque israelense em mesquita