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Reunião ocorre após ameaças entre aliados da Otan e Rússia

Grupo que reúne representantes da Rússia, Ucrânia e dos separatistas ucranianos fazem reunião em Minsk, na Bielorrússia


	Grupo de contato reúne representantes da Rússia, da Ucrânia e dos rebeldes separatistas
 (bloomberg/Bloomberg)

Grupo de contato reúne representantes da Rússia, da Ucrânia e dos rebeldes separatistas (bloomberg/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2014 às 12h40.

Atlanta - O chamado grupo de contato - que reúne representantes da Rússia, da Ucrânia e dos rebeldes separatistas ucranianos - se reúne hoje (5) em Minsk, na Bielorússia, para tentar chegar a um acordo de cessar-fogo. A reunião ocorre um dia depois de os integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) terem reafirmado seu apoio ao governo ucraniano, de intensas declarações contra a Rússia e da resposta do governo russo ao que chama de "retórica anti-Rússia".

Ontem (4), durante a Cúpula da Otan em Newport, no Reino Unido, os países integrantes do bloco ameaçaram com sanções contra a Rússia, por causa do suposto apoio daquele país aos rebeldes. O conflito na Ucrânia foi o principal tema do encontro, e o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, teve reuniões reservadas com os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, da França, François Hollande, além do primeiro-ministro britânico, David Cameron, e da chanceler alemã, Angela Merkel.

O presidente ucraniano chegou a declarar à imprensa que estava "prudente, mas otimista" quanto à possibilidade de um acordo de cessar-fogo entre o governo e os separatistas. Ele disse acreditar que, apesar da dificuldade, será possível a implementação de um plano de paz na região a partir da reunião de hoje.

As demais declarações foram mais duras contra Moscou. O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, acusou a Rússia de não ter cooperado para a paz na Ucrânia. "A Rússia combate contra a Ucrânia, na Ucrânia. As tropas e os tanques russos estão atacando as forças ucranianas. E apesar de falar de paz, a Rússia não fez um único gesto para tornar a paz possível”, disse Rasmussen.

Em declaração conjunta, publicada ontem pelo jornal The Times, Obama e Cameron prometeram manter-se unidos no apoio à Ucrânia contra a Rússia.

"A Rússia rasgou o livro das regras, com a anexação ilegal e autoproclamada da Crimeia e com as suas tropas em solo ucraniano, ameaçando e minando uma nação soberana”, escrevem os dois líderes no artigo publicado no jornal.

A Russia devolveu as ameaças e acusou os Estados Unidos de "minar" os esforços de paz na Ucrânia. "Um pico de retórica anti-Rússia, em um momento em que assistimos a grandes esforços para um entendimento político", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, em Moscou.

Do mesmo modo, ele acusou o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, de estar contra o plano de Putin - plano de paz que será discutido hoje - referindo-se ao pedido de adesão da Ucrânia à Otan. "Aqueles que escolhem o caminho da guerra tomam para si mesmos uma grande responsabilidade, não apenas por continuar com o derramamento de sangue, mas também por minar a legitimidade das ações do presidente ucraniano”, acrescentou Lavrov.

O conflito na Ucrânia começou há cinco meses na capital Kiev, com uma onda de protestos que culminou na destituição do presidente ucraniano Viktor Ianukovitch. De acordo com levantamento da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), mais de 1 milhão de ucranianos deixaram suas casas devido ao conflito. Os deslocados estão abrigados no interior do país ou refugiados em países vizinhos.

Segundo o governo ucraniano, desde abril mais de 2,5 mil pessoas morreram no país devido aos confrontos entre o Exército e os rebeldes separatistas.

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