Cameron classificou como 'construtivo' o encontro com o líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP) (Ben Stansall/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2012 às 20h57.
Londres - O encontro realizado nesta quinta-feira em Edimburgo entre o chefe do governo britânico, David Cameron, e o primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, terminou sem 'grandes progressos' sobre questões como a independência e autonomia da Escócia.
O primeiro-ministro conservador se reuniu hoje com o independentista Salmond após pronunciar um discurso em frente ao castelo de Edimburgo no qual expôs seus argumentos a favor de manter o país 'unido' e ofereceu mais competências aos escoceses, caso rejeitem a independência em um eventual plebiscito.
Cameron classificou como 'construtivo' o encontro com o líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP), no qual, segundo disse, foram abordados 'assuntos que realmente importam aos escoceses, como o estado da economia e a necessidade de conseguir que as pessoas voltem a trabalhar', mas admitiu que não houve progressos.
Em relação à questão principal, sobre a independência escocesa, o líder afirmou que a troca com Salmond, que defende a realização de um plebiscito em 2014, concluiu 'sem grandes progressos' sobre a data da consulta popular, o que qualificou de 'frustrante'.
Por sua parte, o político escocês assinalou que não houve acordo também sobre questões relativas a uma maior autonomia da Escócia e pediu a Cameron que marque um calendário concreto e detalhado sobre sua oferta de maiores poderes para a região.
O Reino Unido é partidário da realização do plebiscito impulsionado por Salmond a fim de evitar a incerteza, para não prejudicar a economia escocesa.
'Acho que precisamos colocar uma pergunta direta e simples e justa e legal aos escoceses no momento adequado, o que implica formular a pergunta clara: 'Vocês querem permanecer no Reino Unido' ou 'Vocês querem abandonar o Reino Unido'', disse.
Cameron não detalhou, no entanto, que tipo de competências oferece ao governo da Escócia caso os cidadãos dessa região se mostrem contrários à independência na consulta.
'O que estou oferecendo é que, se a resposta à pergunta é que a Escócia quer permanecer dentro do Reino Unido, então haverá outras opções de 'devolução' sobre a mesa, que podemos debatê-las, como fizemos no passado', acrescentou.