Chanceleres da Rússia e da Ucrânia, Sergei Lavrov e Pavlo Klimkin, durante encontro em Berlim (Thomas Peter/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2014 às 17h37.
Berlim/Kiev - Os ministros das Relações Exteriores da Rússia e da Ucrânia concordaram nesta quarta-feira, em Berlim, em realizar conversas tripartites envolvendo rebeldes pró-Moscou até sábado para abrir caminho para um novo cessar-fogo, apesar dos combates contínuos que Kiev afirma já terem matado 200 dos seus soldados.
“É um compromisso claro com um cessar-fogo multilateral”, disse o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, depois de conversar com seus colegas Sergei Lavrov, da Rússia, Pavlo Klimkin, da Ucrânia, e Laurent Fabius, da França.
Russos e ucranianos continuam a se acusar pela violência que frustrou o cessar-fogo de 10 dias, e que Kiev encerrou na segunda-feira antes de retomar sua ofensiva militar contra os separatistas do leste, muitos dos quais ignoraram a trégua.
Mas Lavrov afirmou, em entrevista à imprensa ao lado de Klimkin e dos dois colegas, que eles concordaram em trabalhar por “uma trégua estável e de longo prazo”.
“Propomos chegar a isso através de uma reunião próxima do Grupo de Contato, que, esperamos, fará uma reunião nos próximos dias e acordará condições para a trégua que satisfaçam todos os lados”, disse Lavrov.
O grupo, que representa Ucrânia, Rússia e os rebeldes, com a mediação da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), deve se reunir “o mais tardar em 5 de julho com o objetivo de alcançar um cessar-fogo incondicional, sustentável e mutuamente acordado”, disse um documento aprovado pelos quatro ministros.
Klimkin acrescentou um toque de cautela, dizendo que os reféns devem ser libertados e que a Ucrânia deve ter permissão para controlar suas fronteiras, impedindo que os rebeldes recebam novas levas de combatentes e armas.
O documento afirma que a Rússia se comprometeu a permitir que guardas de fronteira ucranianos façam esse controle nos pontos de verificação de Gukovo e Donetsk.
“A amenização da situação irá acontecer quando o plano de paz do presidente ucraniano (Petro Poroshenko) for respeitado integralmente”, afirmou Klimkin.
Lavrov disse que a decisão de Poroshenko de encerrar o cessar-fogo custou “vidas humanas e uma destruição séria da infraestrutura civil... mas antes tarde do que nunca”.
A chanceler alemã, Angela Merkel, havia alertado Moscou pouco antes das conversas que sanções econômicas continuam sendo uma opção, a menos que o país apoie seus esforços de pacificação.
A União Europeia também ameaçou sancionar a economia russa se Moscou não conter os separatistas do leste ucraniano. A Rússia nega que apoia os rebeldes.