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Retórica identitária pode ser menos eficaz para Trump em 2020, diz estudo

Pessoas que rejeitam estereótipos raciais estão mais interessadas na eleição de 2020 do que aquelas com viés anti-negro ou anti-hispânico

Trump: "Os liberais raciais estão mais animados do que os racialmente intolerantes", diz cientista político (Mande Ngan/AFP)

Trump: "Os liberais raciais estão mais animados do que os racialmente intolerantes", diz cientista político (Mande Ngan/AFP)

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Reuters

Publicado em 19 de agosto de 2019 às 12h14.

Nova York — A retórica anti-imigrante e o foco nas queixas dos eleitores brancos ajudaram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a vencer a eleição de 2016, mas uma análise da opinião pública feita pela Reuters nos últimos quatro anos indica que a política identitária de tom branco de Trump pode ser menos eficaz na campanha eleitoral de 2020.

A análise chega em meio a críticas generalizadas aos comentários de viés racial de Trump a respeito de quatro mulheres parlamentares de minorias e às reações a um massacre de hispânicos em El Paso, no Texas, que muitos pré-candidatos presidenciais democratas logo atribuíram à retórica do presidente.

Uma pesquisa Reuters/Ipsos feita em julho com 4.436 adultos norte-americanos mostrou que pessoas que rejeitam estereótipos raciais estão mais interessadas em votar na eleição geral do ano que vem do que aquelas que expressaram níveis mais elevados de viés anti-negro ou anti-hispânico.

Em 2016, foi o oposto. A análise da Reuters indica que a vitória apertada de Trump ocorreu em um momento no qual os norte-americanos com fortes opiniões anti-negro eram o grupo mais engajado politicamente.

Embora a Reuters não tenha medido o viés anti-hispânico em 2016, cientistas políticos dizem que pessoas que o expressam praticamente se sobrepõem àquelas que têm inclinações contra outras minorias raciais.

A sondagem deste ano revelou que, entre os norte-americanos que sentem que negros e brancos são iguais, ou que os negros são superiores aos brancos, 82% expressaram grande interesse em votar em 2020 - uma cifra sete pontos percentuais maior do que a das pessoas que acreditam com firmeza que os brancos são superiores aos negros.

"Existe alguma indicação de que os liberais raciais estão mais animados do que os racialmente intolerantes", disse Vincent Hutchings, cientista político da Universidade do Michigan que analisou as descobertas da Reuters. "Isso parece boa notícia para os democratas e má notícia para os republicanos."

Mas a pesquisa de julho tem algo positivo para Trump. A maioria dos republicanos brancos aprova seu desempenho na função, e nos últimos quatro anos passou a apoiar cada vez mais um de seus temas prediletos, que é aumentar o muro na fronteira com o México - no ano passado eram 75%, e hoje são cerca de 82%.

Está claro que Trump continua popular como sempre entre os conservadores que dominam as comunidades predominantemente brancas de classe trabalhadora que o ajudaram a vencer em 2016, disse Ashley Jardina, cientista política da Universidade Duke que também analisou as descobertas da sondagem.

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