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Retomada busca por caixas-pretas de avião da EgyptAir

Ainda não se sabe se o avião desapareceu por um acidente ou atentado

O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, reafirmou que "todas as hipóteses são possíveis", e que nenhuma delas é privilegiada (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)

O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, reafirmou que "todas as hipóteses são possíveis", e que nenhuma delas é privilegiada (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2016 às 11h27.

A busca pelas caixas-pretas do avião da EgyptAir desaparecido no Mediterrâneo foi retomada neste domingo, três dias após o drama, com a esperança de solucionar se o que ocorreu foi um acidente ou atentado.

O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, reafirmou que "todas as hipóteses são possíveis", e que nenhuma delas é privilegiada.

O voo MS804 caiu no Mediterrâneo na madrugada da última quinta-feira (19), com 66 pessoas a bordo, entre elas 30 egípcios e 15 franceses, após desaparecer repentinamente dos radares.

Embarcações e aviões das Forças Armadas egípcias e francesas rastreavam pelo terceiro dia consecutivo o mar entre a ilha de Creta e a costa norte do Egito, tentando localizar a cabine do Airbus A320 e suas duas caixas-pretas.

Na sexta-feira, as Forças Armadas egípcias retiraram da água os primeiros fragmentos do aparelho, um membro humano e objetos dos passageiros, e divulgaram, ontem, fotografias em que se viam uma mochila infantil, um pedaço destruído da cabine, revestimentos de assentos rasgados e um colete salva-vidas inflado. Uma criança e dois bebês estão entre as vítimas.

"Desde então, foram retirados da água alguns restos, mas nenhum corpo", disse à AFP neste domingo uma autoridade da Aviação Civil, que não quis ser identificada.

Ainda não foram encontradas as caixas-pretas, que só emitem sinais debaixo d'água entre quatro e cinco semanas antes de que se descarreguem suas baterias.

Até sexta-feira, o governo egípcio e a maioria dos especialistas ouvidos pela imprensa privilegiavam a tese de atentado, seis meses após a explosão de uma bomba a bordo de um avião de turistas russos que havia decolado do Egito, atentado reivindicado por um braço local do Estado Islâmico (EI).

Sem reivindicação

Mais de três dias depois do drama do voo entre Paris e o Cairo, ninguém reivindicou a autoria do suposto atentado.

Uma mensagem de áudio do porta-voz do EI divulgada ontem não mencionava a tragédia. O Al-Furqan, veículo do grupo que divulgou a gravação, não publica reivindicações de atentados, o que costuma acontecer nas contas do Twitter ou Telegram dos principais propagandistas do EI.

O que reacendeu a tese de falha técnica foi a revelação, ontem, de que o sistema automatizado do avião emitiu, por três minutos, alertas indicando a presença de fumaça, principalmente na parte dianteira do aparelho, e falhas nos sistemas eletrônicos dos comandos de voo. Segundo especialistas, nada exclui que a fumaça possa ter sido consequência de um incêndio criminoso.

A hipótese de explosão de uma bomba, embora válida, perdeu espaço.

"Ainda é cedo para interpretar e compreender as causas do acidente, enquanto não tivermos encontrado destroços ou caixas-pretas", disse ontem em Paris o porta-voz do Departamento de Investigação e Análise (BEA), que enviou ao Egito três investigadores e um especialista da Airbus.

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