A suposta vítima afirmou que o papa Bento XVI estava a par dos abusos cometidos por Murphy e que não fez nada
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2012 às 08h15.
Chicago - Uma ação contra o Papa e o Vaticano apresentada em 2010 por uma suposta vítima de um sacerdote foi retirada, anunciou o advogado da parte querelante nesta segunda-feira.
A ação foi apresentada em abril de 2010 em um tribunal federal de Wisconsin (norte) por uma suposta vítima do sacerdote Lawrence Murphy, acusado de ter abusado sexualmente de mais de 200 crianças em uma instituição para crianças surdas de Wisconsin nos anos 1950.
O advogado da parte querelante, Jeffrey Anderson, explicou que a retirada da ação de seu cliente ocorreu depois de uma decisão judicial na semana anterior segundo a qual os demandantes ainda poderiam solicitar recompensa por perdas e danos do arcebispado de Milwaukee (Wisconsin).
"Segundo nossa experiência, adquirida por outros casos similares, a rota da Justiça que passa por Roma é longa e árdua, e por isso pode durar decênios", declarou o advogado.
Ao se referir à decisão judicial da semana anterior, o advogado julgou que "o caminho da Justiça e da cura para os sobreviventes (seu cliente) se torna muito mais curto" graças a essa sentença.
No mês anterior à apresentação da ação em 2010, Anderson divulgou documentos que afirmavam que o papa Bento XVI estava a par, em 1996, quando era cardeal, dos abusos cometidos por Murphy, e que não fez nada.
O advogado do Vaticano, por sua vez, Jeffrey Lena, reagiu à retirada da ação afirmando que isso deveria ter ocorrido há tempos e criticou Anderson, ao afirmar que ele teria enganado as pessoas ao acusar a Igreja e esconder as provas da pedofilia para se proteger.