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Resumo do dia: Chernobyl, petróleo e tudo sobre a guerra na Ucrânia

Confira as últimas notícias da guerra na Ucrânia após ataques russos a Kiev e outras capitais nesta quinta-feira, 24 de fevereiro

KYIV, UKRAINE - FEBRUARY 24: People wait for buses at a bus station as they attempt to evacuate the city on February 24, 2022 in Kyiv, Ukraine. Overnight, Russia began a large-scale attack on Ukraine, with explosions reported in multiple cities and far outside the restive eastern regions held by Russian-backed rebels. (Photo by Pierre Crom/Getty Images) (Pierre Crom/Getty Images)

KYIV, UKRAINE - FEBRUARY 24: People wait for buses at a bus station as they attempt to evacuate the city on February 24, 2022 in Kyiv, Ukraine. Overnight, Russia began a large-scale attack on Ukraine, with explosions reported in multiple cities and far outside the restive eastern regions held by Russian-backed rebels. (Photo by Pierre Crom/Getty Images) (Pierre Crom/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2022 às 20h41.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2022 às 20h48.

A Rússia iniciou, na madrugada desta quinta-feira, 24, uma invasão a uma série de cidades da Ucrânia, com ataques aéreos em todo o país, incluindo na capital Kiev. Os Estados Unidos e países europeus anunciaram novas sanções contra Moscou nesta tarde, e mais de 130 cidadãos ucranianos morreram nos primeiros ataques. 

Veja abaixo os principais acontecimentos do dia (atualizado às 20h30):


EUA não lutarão na Ucrânia

O presidente americano, Joe Biden, fez na tarde desta quinta-feira um aguardado pronunciamento acerca da situação da Ucrânia, sua primeira fala desde a invasão a Kiev. No discurso, disse que tropas americanas não serão enviadas a solo ucraniano.

"Nossas forças não estão, e não irão, entrar em um confronto com a Rússia na Ucrânia." Afirmou, por outro lado, que as forças americanas na Europa protegerão "cada centímetro" dos aliados da Otan, e que 7.000 novos soldados serão enviados à Alemanha.  

Biden em pronunciamento nesta quinta-feira: "Putin é o agressor. Putin escolheu essa guerra. E agora ele e seu país vão enfrentar as consequências", disse. (Drew Angerer/Getty Images)

Novas sanções

Biden anunciou também um pacote de sanções unificado com aliados europeus, incluindo congelamento de bens e limitação de operações e importações, direcionados a bancos, grandes empresas e elite russa. O premiê britânico, Boris Johnson, também excluiu bancos russos no importante sistema financeiro de Londres. As sanções do Ocidente ainda não incluem exclusão da Rússia do sistema financeiro internacional Swift, o que era uma demanda da Ucrânia. Leia aqui.

Chernobyl tomada

Além do ataque aéreo a Kiev na madrugada de quinta-feira, tropas russas invadiram a Ucrânia por terra e mar. Explosões foram registradas em diversas cidades, incluindo Lviv, perto da fronteira com a Polônia (e para onde a embaixada dos EUA foi deslocada).

Tropas russas tomaram a região de Chernobyl, onde fica a usina nuclear desativada de mesmo nome. O espaço aéreo ucraniano está fechado, e saídas de Kiev e outras cidades ficaram congestionadas. Mais de 100 mil pessoas já deixaram a Ucrânia, segundo as Nações Unidas. Leia mais.

Pessoas em Kiev tentam deixar a região: mais de 130 ucranianos morreram no primeiro dia de invasão russa (Pierre Crom/Getty Images)

137 mortos

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que ao menos 137 ucranianos morreram no primeiro dia de invasão russa, incluindo civis. A Ucrânia afirma que cerca de 50 soldados russos também foram mortos, e que as forças de resistência do país causaram danos a ao menos seis aviões russos.

Representantes ucranianos afirmam que as forças militares do país têm nível "alto" de engajamento para resistir à invasão. Veja as imagens do confronto.

Protestos na Rússia

A polícia da Rússia deteve ao menos 1.300 pessoas em protestos contra a guerra, que ocorrem em 42 cidades russas nesta quinta-feira. As informações são do grupo de monitoramento de protestos OVD-Info, que tem documentado a repressão contra a oposição russa durante anos. A Rússia possui uma legislação severa para o controle das manifestações, que costumam culminar com detenções. Leia mais.

ANÁLISE: O impacto para Putin e Biden

A crise na Ucrânia acontece no momento de pior aprovação do presidente Joe Biden dentro dos EUA, lembra Maurício Moura, do instituto de opinião pública IDEIA Os EUA vivem sua pior inflação em 40 anos com a alta do preço do petróleo, e eleições legislativas estão marcadas para este ano, o que pode ser um problema para o Partido Democrata. Já para Putin, os principais riscos são os custos da guerra no dia-dia dos russos, que podem minar o apoio à ação. Assista à analise abaixo:

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Ibovespa cai 0,37%

Após cair mais de 2% no início do dia com as primeiras notícias do ataque russo, o Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, fechou em queda menor, de 0,37%, aos 111.591 pontos. Os mercados mundiais passaram a minimizar as perdas no final da tarde após Biden reforçar que os EUA não enviarão tropas à Ucrânia. As bolsas europeias, que fecharam antes do discurso de Biden, caíram com mais força, acima de 3%, enquanto o principal índice de ações russo caiu 35%.

Dólar volta a subir

A fala de Biden ajudou também a minimizar a pressão sobre o câmbio, mas não impediu o dólar comercial de disparar 2,02%, chegando a R$ 5,104. Foi a maior alta percentual diária em mais de cinco meses. Nos últimos dias, o dólar vinha em queda. Na véspera, a cotação havia caído ao patamar dos R$ 5 pela primeira vez desde junho de 2021. Veja aqui os principais destaques do pregão

Petróleo em alta

Os temores sobre redução da oferta por possíveis sanções aos produtos russos levou o petróleo a disparar mais de 7%, sendo cotado acima de US$ 105 por barril pela primeira vez desde 2014. Ações do setor de petróleo estão entre as únicas negociadas em alta no mercado brasileiro. A Rússia é o terceiro maior produtor do mundo e membro da OPEP+, organização de países produtores. Veja outros impactos da crise na economia brasileira.

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Itamaraty: sem evacuação por ora

O Itamaraty informou que não há condições de segurança para evacuar os brasileiros na Ucrânia até o momento. A estimativa é de que haja cerca de 500 brasileiros na Ucrânia. O presidente Jair Bolsonaro se manifestou à tarde, pelo Twitter, e disse que está "totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia", mas não citou diretamente o conflito. Leia aqui.

EUA cobra Brasil

O Itamaraty disse que a posição brasileira é de "equilíbrio" e de buscar "viabilizar a paz" em relação ao conflito. A Embaixada dos EUA em Brasília também divulgou comunicado cobrando que o governo brasileiro condene expressamente a invasão da Ucrânia. Leia aqui.

Estruturas danificadas em Kiev, capital da Ucrânia: ataque aéreo russo começou na madrugada de quinta-feira (Chris McGrath/Getty Images)

Brasileiros no Shakhtar 

Jogadores brasileiros que atuam no Shakhtar Donestk e no Dínamo de Kiev postaram um vídeo em hotel na capital Kiev e pediram apoio do governo brasileiro. O Shakhtar tem 13 atletas nacionais, como Júnior Moraes (naturalizado ucraniano), Pedrinho (ex-Corinthians), David Neres (ex-São Paulo) e Alan Patrick (ex-Santos). O campeonato ucraniano foi oficialmente suspenso nesta quinta-feira. Leia mais.

UEFA se reúne 

A UEFA, organização máxima do futebol europeu, se reúne na manhã de sexta-feira para traçar um plano acerca da final da Champions League, que estava prevista para ser realizada em São Petersburgo, em 28 de maio. A UEFA também tem um grande acordo de patrocínio com a Gazprom, estatal de petróleo e gás russa.

Empresas traçam plano

Empresas de tecnologia na Ucrânia, que é um celeiro de engenheiros e desenvolvedores, correm para pôr em prática planos de contingência, como a transferência de sistemas em nuvem para fora do país. Do outro lado da fronteira, startups russas assistem ao crescente número de sanções impostas pelos Estados Unidos, que podem impactar o ecossistema de inovação. O presidente Vladimir Putin também se reuniu nesta quinta-feira com grandes empresários do país e afirmou que não teve escolha na invasão ucraniana. Leia aqui.

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