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Reservista dos EUA disse que queria matar brancos

Reservista negro que serviu na guerra do Afeganistão e disse que queria "matar pessoas brancas" participou de um ataque no qual cinco policiais foram mortos


	Policiais: episódio ocorreu no final de uma marcha em protesto contra incidentes da semana, em Louisiana e Minnesota, em que a polícia matou a tiros homens negros
 (Getty Images)

Policiais: episódio ocorreu no final de uma marcha em protesto contra incidentes da semana, em Louisiana e Minnesota, em que a polícia matou a tiros homens negros (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2016 às 18h41.

Dallas - Um reservista negro do Exército dos Estados Unidos que serviu na guerra do Afeganistão e disse que queria "matar pessoas brancas" participou de um ataque no qual cinco policiais foram mortos a tiros durante uma manifestação contra a morte de negros por policiais, disseram autoridades nesta sexta-feira.

Outros sete policiais e dois civis ficaram feridos na emboscada no centro de Dallas na noite de quinta-feira, segundo as autoridades. A polícia matou o atirador, identificado por uma fonte do governo dos EUA como Micah Xavier Johnson, usando um robô-bomba, depois de um impasse de horas de duração.

Segundo a Casa Branca, investigadores determinaram que o atirador não tinha ligação com organizações terroristas. O tiroteio causou pânico entre os manifestantes, que saíram correndo pelas ruas, enquanto os policiais ficaram sob fogo.

O mais recente episódio de violência armada nos Estados Unidos ocorreu no final de uma marcha em protesto contra incidentes da semana, em Louisiana e Minnesota, em que a polícia matou a tiros homens negros, em confrontos mostrados em vídeos.

"Essa foi uma tragédia perversa, bem planejada, bem articulada por esses suspeitos. E nós não vamos descansar até que levemos todos os envolvidos à justiça", disse o chefe de polícia de Dallas, David Brown. "Estamos determinados a não deixar que esta pessoa roube esta democracia de nós." Durante longas negociações com a polícia, o atirador disse "o fim está próximo", contou Brown a repórteres.

"Ele disse que estava chateado com o Black Lives Matter", afirmou Brown, que é negro, em referência ao movimento contra o uso excessivo de força pelas forças policiais contra pessoas negras.

"O suspeito disse que estava chateado com pessoas brancas. O suspeito afirmou que ele queria matar os brancos, especialmente os policiais brancos."

Autoridades disseram que o atirador disparou pelo menos alguns dos tiros no ataque, mas não descartam a possibilidade de que outros atiradores estarem envolvidos. Detalhes sobre como ocorreram os tiroteios ainda não estão claros.

Um vídeo gravado por uma testemunha mostra um homem com um rifle agachado no chão atirando em uma pessoa que aparentemente estava de uniforme. Em seguida a pessoa cai no chão. A Reuters não conseguiu confirmar a autenticidade do vídeo de imediato.

Foi o dia mais mortal para a polícia do país desde os ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington.

O Exército dos EUA informou que Johnson serviu como soldado de primeira classe da Reserva do Exército, para aqueles que trabalham meio período, e foi enviado ao Afeganistão de novembro de 2013 a julho de 2014.

Segundo os militares, ele serviu de março de 2009 a abril de 2015 e era um especialista em carpintaria e alvenaria na 420ª Brigada de Engenharia baseada no Texas. Ele alcançou o posto de soldado de primeira classe em maio de 2010.

Na Polônia para uma cúpula da Otan, o presidente norte-americano, Barack Obama, chamou o tiroteio "um ataque perverso, calculado e desprezível".

Obama, que foi barrado pelo Congresso de maioria republicana em sua tentativa de aprovar novas leis de controle de armas, acrescentou: "Sabemos que quando as pessoas estão armadas com armas poderosas, infelizmente, fazem ataques assim, mais mortais e mais trágicos."

Uma série de mortes de homens e meninos negros pela polícia em cidades como Ferguson, Missouri, Nova York, Baltimore, Chicago, Cleveland, Tulsa, Oklahoma e North Charleston deram origem ao movimento 'Black Lives Matter', contra a força policial excessiva.

Uma conta de Twitter que se diz representante do movimento Black Lives Matter enviou a seguinte mensagem: "Black Lives Matter defende dignidade, justiça e liberdade, não assassinato."

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