Mundo

Republicanos seguem inflexíveis no impasse sobre paralisação

Parlamentares acusaram Obama de intransigência e de não se importar com o impacto sobre a população norte-americana

Trabalhadores federais participam de uma manifestação em frente ao Congresso contra a paralisação do Governo, em Washington (Jonathan Ernst/Reuters)

Trabalhadores federais participam de uma manifestação em frente ao Congresso contra a paralisação do Governo, em Washington (Jonathan Ernst/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2013 às 18h45.

Washington - Os republicanos da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos se mantiveram firmes nesta sexta-feira no impasse com o presidente Barack Obama sobre a paralisação do governo federal, acusando-o de intransigência e de não se importar com o impacto sobre a população norte-americana, levando a crise a entrar no seu quarto dia.

Enquanto os republicanos e democratas permaneciam com as posições inalteradas diante da paralisação, desencadeada por divergências sobre a reforma de Obama no setor de saúde, os dois lados também entravam em conflito sobre uma medida para elevar o poder da administração de tomar empréstimos, a qual tem de ser aprovada pelo Congresso até 17 de outubro para evitar um default do governo.

O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, tentou desqualificar relatos na mídia de que ele iria facilitar o caminho para o aumento do teto do endividamento público e enfatizou que os republicanos vão continuar a insistir em cortes orçamentários como condição para elevar o poder do governo de tomar empréstimos.

"Isto não é um tipo de jogo de maldição", disse um Boehner exasperado, ao responder a um artigo do Wall Street Journal que citava uma autoridade não identificada da Casa Branca dizendo que os democratas estavam "ganhando a batalha da paralisação".

Obama reiterou estar disposto a negociar com os republicanos, mas afirmou: "Nós não podemos fazer isso com uma arma apontada para a cabeça do povo americano..." "Não há vencedores quando famílias não têm certeza sobre se serão pagas ou não", disse Obama a repórteres, durante visita a um lugar no centro de Washington que serve refeições e estava dando desconto para funcionários públicos de licença não remunerada por causa da paralisação do governo.


A paralisação começou em 1o de outubro, quando a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, se recusou a aprovar uma lei de custeio do governo, a menos que incluísse provisões destinadas a retardar ou não repassar fundos para o plano de reformas do setor de saúde, conhecido como Obamacare, que está agora sendo implementado.

Obama novamente fez um apelo a Boehner para aprovar na Câmara a lei completa de financiamento, -- sem a referência às reformas na saúde. A maioria dos democratas acredita que a legislação seria aprovada na Câmara com uma combinação de votos de seu partido e de alguns republicanos.

Boehner novamente se recusou a fazer isso. Um grupo conservador poderoso no Partido Republicano insiste em que não haja votação, a não ser que Obama faça concessões nas reformas do setor de saúde.

Possível Manobra

Os democratas na Câmara estão avaliando se poderiam recorrer a uma manobra que forçaria a votação da lei para a reabertura imediata do governo, segundo um assessor na Câmara que pediu para se manter no anonimato.

O assessor não entrou em detalhes.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse ser "totalmente falso" insinuar que Obama não quer um fim rápido para a paralisação. "Queremos que isso acabe agora. Ponto final", disse ele.

Diante do impasse, Obama cancelou os planos de visita a vários países da Ásia na semana que vem.

Acompanhe tudo sobre:Dívida públicaEstados Unidos (EUA)Países ricosPartido Republicano (EUA)Política

Mais de Mundo

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais

Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro

Tesla reduz preços e desafia montadoras no mercado automotivo chinês

Alemanha prepara lista de bunkers e abrigos diante do aumento das tensões com a Rússia