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Republicanos querem deter libertação de presos de Guantánamo

Senadores propuseram projeto para retardar transferência da maioria dos presos em Guantánamo, argumentando que sua libertação só provocará mais ataques

O "campo 6" da prisão americana de Guantánamo (Mladen Antonov/AFP)

O "campo 6" da prisão americana de Guantánamo (Mladen Antonov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 22h02.

Washington - Senadores republicanos propuseram, nesta terça-feira, um projeto de lei para retardar em dois anos a transferência da maioria dos presos em Guantánamo, argumentando que sua libertação só provocará mais ataques.

O senador John McCain se reuniu com o senador Kelly Ayotte para promover uma lei visando adiar, em dois anos, a transferência internacional de presos considerados de médio e alto risco, assim como a de presos iemenitas.

Dos 127 detidos em Guantánamo, 83 são do Iêmen.

Ayotte justificou a suspensão das libertações pelos atentados cometidos na semana passada na França, que deixaram 17 mortos. As autoridades francesas determinaram que um dos três islamitas suspeitos tinha sido detido e, em seguida, libertado.

"Não deveríamos libertá-los nesta situação de insegurança, na qual eles podem voltar a nos atacar", disse Ayotte aos jornalistas, acrescentando que uma "maioria avassaladora" dos presos em Guantánamo é de médio a alto risco.

Nos últimos meses, Washington acelerou as deliberações para fechar definitivamente esta prisão que abriu há 14 anos, meses depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, em uma tentativa de cumprir uma das principais promessas de gestão de Barack Obama.

O projeto de lei de Ayotte deverá ser aprovado pelo Comitê de Serviços Armados do Senado, cujo presidente é McCain.

O senador avaliou que não há prazo para discutir a lei, mas assegurou que existe um forte apoio no Senado, controlado pelos republicanos.

"Sabemos de fato que 30% dos libertados voltaram à luta e normalmente a um alto nível porque é um sinal de honra ter ficado preso em Guantánamo", afirmou McCain.

O senador, um ex-prisioneiro de guerra, disse que vai avaliar qualquer plano de Obama para o fechamento responsável de Guantánamo. "Mas em mais de seis anos, esta administração nunca apresentou um plano concreto e coerente", criticou.

O senador Lindsey Graham afirmou que os ataques na França revelaram a necessidade de manter alguns dos presos da guerra contra o terror em Guantánamo por toda a vida. "A ideia de que possam ser libertados sob a supervisão é ilusória", disse, advertindo que "a supervisão tem seus limites".

O projeto de lei estende por dois anos a proibição de transferir presos de Guantánamo ao solo americano, assim como a construção de centros para receber estes presos.

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