Washington - A oposição republicana bloqueou nesta quinta-feira em uma votação no Senado um projeto de lei democrata para a eliminação dos benefícios fiscais às companhias petrolíferas, pouco depois de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter pedido ao Congresso sua aprovação urgente.

Os democratas têm maioria no Senado, mas, como estava previsto, não conseguiram os 60 votos necessários para que a medida fosse debatida na Câmara alta do Congresso, e o resultado foi de 51 a favor e 47 contra.

Segundo Robert Menéndez, líder da iniciativa, o fim desses benefícios tributários garantiriam para o Governo federal US$ 24 bilhões em 10 anos e ampliariam os incentivos para o desenvolvimento de energias alternativas.

A votação ocorreu apenas uma hora depois que Obama comparecesse no jardim da Casa Branca para pedir ao Congresso que aprovasse esse projeto de lei, com o argumento que as petrolíferas 'podem se manter por si mesmas'.

Além de terem 'lucro recorde', essas empresas recebem 'bilhões de dólares anualmente em subsídios dos contribuintes, uma receita que aproveitaram ano após ano no último século', ressaltou Obama.

'Pensem nisso. É como bater duas vezes no povo americano', disse o governante em referência à alta do preço da gasolina no país.

O presidente enfatizou que no ano passado as três maiores empresas petrolíferas do país tiveram lucro de mais de US$ 80 bilhões, e que cada vez que a gasolina sobe um centavo, essas companhias embolsam US$ 200 milhões em seus lucros trimestrais. Atualmente, o preço médio do galão (3,78 litros) de gasolina nos EUA gira em torno de US$ 4.

Esse encarecimento da gasolina afeta sobretudo a classe média e, em plena campanha para as eleições presidenciais de 6 de novembro, os republicanos reprovam Obama por não conseguir pará-lo.

O projeto de lei de Menéndez 'é exatamente o contrário do que necessitamos', disse antes da votação o senador republicano David Vitter, para quem com a eliminação das deduções fiscais às petrolíferas aumentará ainda mais o preço da gasolina e diminuirá a provisão.

Em comunicado sobre o discurso de hoje de Obama, o Comitê Nacional Republicano (RNC) atacou o presidente, 'que dirá e fará qualquer coisa para ser reeleito' e o acusou de não ter uma política energética que beneficie os americanos.