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Republicanos nomeiam quarto candidato para presidir Câmara dos EUA; veja o que esperar da votação

Mike Johnson, de Louisiana, venceu uma disputa interna do partido, mas apoio unânime ainda é incerto; Casa está sem líder desde 3 de outubro, com a destituição de Kevin McCarthy

A Câmara segue paralisada desde a destituição de McCarthy, alvo de uma rebelião de partidários do ex-presidente, liderada pelo deputado Matt Gaetz, da Flórida (Giuseppe Amoruso/EyeEm/Getty Images)

A Câmara segue paralisada desde a destituição de McCarthy, alvo de uma rebelião de partidários do ex-presidente, liderada pelo deputado Matt Gaetz, da Flórida (Giuseppe Amoruso/EyeEm/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 25 de outubro de 2023 às 14h38.

Última atualização em 25 de outubro de 2023 às 14h55.

Os republicanos realizaram, na noite de terça-feira, a quarta votação — em menos de duas semanas — para a nomeação do próximo ocupante do cargo de presidente da Câmara de Deputados dos Estados Unidos, em meio ao caos que tomou conta do partido, profundamente fragmentado após os três candidatos anteriores não conseguirem apoio interno suficiente para assumir o posto.

Mike Johnson, deputado de Louisiana, venceu uma votação interna do partido com pouca oposição e parece ter as melhores chances de obter sucesso na sessão plenária prevista para ocorrer na tarde desta quarta-feira, embora o apoio unânime de seus correligionários ainda seja incerto.

Entenda como será a votação

Devido à pequena maioria de seu partido, que ocupa 221 assentos na Casa, Johnson não pode perder mais do que quatro votos republicanos se todos os 212 democratas estiverem presentes e votando em seu próprio líder — o deputado Hakeem Jeffries —, como têm feito consistentemente. Neste cenário, é necessária uma maioria (ou seja, 217 votos) para ganhar o martelo.

Johnson, porém, tem o trunfo de ter o voto de alguns membros da ala mais radical do partido (que insistentemente bloqueiam votações e foram responsáveis pela moção que levou à deposição do líder anterior, Kevin McCarthy, em 3 de outubro), além do apoio do ex-presidente Donald Trump, que se manifestou na manhã desta quarta-feira em suas redes sociais: "Minha forte sugestão é ir com o candidato principal, Mike Johnson, e fazer isso logo!"

Esta é a segunda vez que o magnata se diz favorável à nomeação do partido: na semana passada, ele também expressou apoio ao candidato Jim Jordan, de Ohio — que, por sua vez, não obteve a maioria dos votos necessários para ser eleito, assim como Steve Scalise (Louisiana).

Oposição de Trump

O mesmo não ocorreu na terça-feira, quando Trump se opôs firmemente à indicação de Tom Emmer, de Minnesota — terceira nomeação ao cargo e o mais moderado dos nove que apresentaram candidaturas até então. Em uma tentativa de acabar com a crise, os republicanos o escolheram após uma série de votações a portas fechadas, das quais saiu vitorioso com uma maioria estreita de 117 votos favoráveis, ante os 97 em apoio a Johnson.

Entretanto, consciente das dúvidas de alguns trumpistas a apoiá-lo em uma sessão plenária e após críticas públicas do magnata, Emmer preferiu desistir de concorrer poucas horas depois. Apesar de ser apoiador de Trump, ele é considerado desleal por alguns de seus seguidores, sobretudo por ter votado a favor da certificação da vitória de Joe Biden nas eleições de 2020.

Enquanto isso, a Câmara segue paralisada desde a destituição de McCarthy, alvo de uma rebelião de partidários do ex-presidente, liderada pelo deputado Matt Gaetz, da Flórida. E tudo isso em um cenário de grande tensão interna: os congressistas têm até 17 de novembro para alcançar um acordo sobre um orçamento para evitar a paralisação parcial da administração federal dos EUA, o que obrigaria centenas de milhares de trabalhadores a permanecerem temporariamente em casa sem direito a salário.

Cenário internacional

No cenário internacional, por sua vez, há duas questões pendentes. Sem um presidente, a Câmara não pode votar o pedido do presidente Biden para desbloquear mais de US$ 100 bilhões em fundos de emergência, em particular para ajuda militar a Israel e Ucrânia.

Johnson, de 51 anos, é advogado e está em seu quarto mandato na Câmara. Ele serviu na equipe de defesa do impeachment de Trump, desempenhou um papel de liderança no recrutamento de republicanos da Câmara para assinar um documento legal apoiando um processo que buscava anular os resultados das eleições de 2020 e foi o arquiteto da tentativa de Trump de se opor à certificação deles no Congresso em 6 de janeiro de 2021.

Cristão evangélico, ele se opõe profundamente ao direito ao aborto. No ano passado, patrocinou uma legislação que proibiria efetivamente a discussão sobre orientação sexual ou identidade de gênero em qualquer instituição que atendesse crianças com menos de 10 anos e que recebesse fundos federais. (Com New York Times e AFP.)

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